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No RS, Maggi diz que foi procurado para pagar ‘mensalinho’

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), disse que deputados estaduais pediram pagamentos ilegais e que se Temer pedir sua saída, ele sai

Por Paula Sperb
Atualizado em 26 ago 2017, 19h54 - Publicado em 26 ago 2017, 16h17

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), disse neste sábado que se tivesse a experiência que tem hoje teria denunciado o pedido de “mensalinho”  feito por deputados estaduais do Mato Grosso, quando ele assumiu o governo, em 2003. “Se eu tivesse a experiência que tenho hoje, eu faria”, disse Maggi em coletiva de imprensa na abertura da 40ª Expointer, maior feira de agronegócio da América Latina, em Esteio, no Rio Grande do Sul.

O escândalo veio à tona depois de uma delação que apontou Maggi como líder de uma organização criminosa em Mato Grosso, responsável por pagar propina a deputados. A denúncia partiu da Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de inquérito contra Maggi na última sexta-feira.

Maggi admitiu que repassou valores aos deputados através do orçamento oficial destinado à Assembleia, mas alegou que os valores foram menores do que os pagos anteriormente por outros governos. Questionado sobre a ilegalidade do ato, o ministro disse à imprensa: “Na época não pensei assim. Não queria nada ilegal”.

“Algumas lideranças da Assembleia Legislativa me procuraram. Eles tinham algumas demandas porque o governo anterior fazia repasses para que pudessem ter uma complementação de salário. Fui muito claro. Disse que não aceitaria esse tipo de situação e de fato não aceitei”, explicou o ministro em referência ao que teria ocorrido em 2003, quando assumiu o governo. O governador anterior foi Dante Martins Oliveira, que iniciou a gestão filiado ao PDT e depois trocou de legenda para o PSDB.

Segundo Maggi, ele teria dito às lideranças que “colocassem as necessidades dentro do orçamento e que o governo Executivo passaria para o orçamento do governo legislativo”. “Façam como quiserem, do jeito como quiserem, da maneira que puderem. Essa foi a minha participação lá no ano de 2003”, disse à imprensa.

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“Refuto com toda veemência [a denúncia]. Cada poder tem sua autonomia [financeira] e sua maneira de fazer as coisas e sabe da sua responsabilidade. É uma acusação sensacionalista, de pessoas que estão presas ou saíram da cadeia. Vamos em frente, vamos ao processo. Sempre fui um governador respeitoso”, acrescentou.

Maggi fez questão de ressaltar que diminuiu os repasses à Assembleia Legislativa no seu governo. Questionado se o inquérito afetaria o Ministério da Agricultura, ele disse: “Se o próprio presidente achar que eu não deva permanecer, eu serei o primeiro a ir embora. Não há problema nenhum com isso”, finalizou.

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