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‘Não é terceirização, é serviço especializado’, diz ministro

Ronaldo Nogueira (PTB), ministro do Trabalho, esteve em Porto Alegre para falar sobre a reforma trabalhista e criticou o uso do termo 'terceirização'

Por Paula Sperb
Atualizado em 28 ago 2017, 16h05 - Publicado em 28 ago 2017, 14h54

A reforma trabalhista que entrará em vigor em novembro liberou a terceirização de funcionários para atividade-fim. Porém, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), defende que o uso do termo “terceirização” seja substituído no dia a dia dos trabalhadores. “Queremos mudar esse conceito. Não é terceirização, é serviço especializado dentro de uma cadeia econômica”, disse Nogueira, em palestra no Sindha (Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região), na manhã desta segunda, na capital gaúcha.

“O próprio trabalhador parece que está em um degrau abaixo. Ele diz com tristeza: ‘eu sou terceirizado’. São algumas expressões que se utiliza e que, lá no subconsciente, podem não produzir bons fluidos. Precisamos de todos os brasileiros motivados querendo ser prestigiados pelo seu mérito, pela sua capacidade de produção”, disse o ministro.

“Terceirização” não é o único termo que o titular do ministério do Trabalho não aprova. “Por exemplo, patrão e empregado. Não é bom usar mais. A quem interessa dividir? A quem interessa fazer essa separação? Às vezes de uma forma inocente a gente contribui usando essas expressões”, disse o gaúcho, que é deputado federal licenciado.

À imprensa, o ministro garantiu que o governo está elaborando uma Medida Provisória (MP) para modificar a liberação do trabalho gestantes em locais insalubres, que antes era proibido. Nogueira também disse que não há chance de que o imposto sindical seja retomado.

O titular do ministério do trabalho aposta na reforma trabalhista como uma forma de geração de empregos e maior concorrência no mercado. “Quero ver os senhores desesperados disputando talento”, disse à plateia formada por empresários. “Hoje, muitas crianças acordam com fome porque o pai e a mãe não têm um emprego. Não conseguem ser os provedores, pagar o aluguel, o gás. Esse é o Brasil de fato, não o da publicidade”, falou sobre as consequências do desemprego.

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Sistema antifraude

O ministro projeta que até o final deste ano sejam economizados 1,2 bilhões de reais em pagamentos indevidos de seguro desemprego através do sistema antifraude do órgão. No primeiro semestre, já foram economizados 557 milhões de reais em seguros indevidos. Segundo ele, em 2016 foram pagos 37 bilhões de reais em seguro desemprego.

Aplicativo substitui ida ao Sine

Nogueira destacou ainda o lançamento do aplicativo para celular Sine Fácil, que contabiliza mais de 100 mil downloads e ajuda a diminuir as filas nas unidades do Sine (Sistema Nacional de Emprego). Com o aplicativo, os trabalhadores não precisam se deslocar ao Sine para realizar cadastro em busca de emprego. Tudo pode ser feito de maneira digital e o aplicativo cruza dados de vagas abertas com o perfil do candidato e até o Cep para que o trabalho possa ser mais perto da residência do candidato. O aplicativo também permite acompanhar a situação do benefício do seguro desemprego.

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