A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse na noite desta quinta, em Porto Alegre, que discutir um “plano B” para a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência é um “absurdo”. Condenado à prisão pelo juiz Sergio Moro, o ex-presidente recorre da decisão em segunda instância. Além de Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido, também participou do evento “O RS e o Brasil que o povo quer”, e defendeu a candidatura de Lula mesmo que condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
“A discussão do plano B do Lula é um absurdo. Significa aceitar desde logo o casuísmo da eleição. Significa resolver antecipadamente que o presidente Lula não tem todo o direito de concorrer. Eu me antecipar a eles e resolver o problema para eles? Por quê? Uma coisa é certa: o presidente Lula está fazendo a única mobilização do campo político com o povo brasileiro. Temos movimentos sociais e partidos políticos fazendo grandes movimentos, como a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Temos os movimentos sociais nas ruas e as únicas manifestações são essas”, disse Dilma a uma plateia de petistas vindos de mais de 50 cidades do Rio Grande do Sul.
Dilma também defendeu os “panelaços” que marcaram o seu impeachment como forma de protesto para o atual momento político. “Eu sou a favor inclusive da panela, acho que a panela tem que ser resgatada”, disse a ex-presidente. Durante sua fala, assistida pelos ex-ministros Gilberto Carvalho e Miguel Rossetto, Dilma criticou seus adversários por terem “criado a extrema direita no Brasil” e disse que o PSDB “se destruiu”.
Além disso, a petista criticou o apresentador de televisão Luciano Huck, cotado como presidenciável para 2018. “Qual é o modelo que está na cabeça da direita? Cria um Luciano Huck que é, para qualquer pessoa que soma, subtrai, divide e multiplica, estarrecedor. É estarrecedor achar que política social é igual benemerência. Eu tenho um carro velho, vou reformar o carro velho, tenho uma casa e vou reformar a casa. É um nível de política social que nem os tucanos tiveram. Sabe qual é a diferença entre nós e os tucanos no campo social? Nós fizemos política social para milhões de pessoas.”
Para a ex-presidente, a presença de “outsiders” na eleição preocupa a “direita” e os “conservadores” porque eles não teriam candidatos fortes para a disputa. “Se tivessem candidatos, estavam numa gentileza só. O problema deles é que eles não têm candidatos. Nós temos candidato”, disse, fazendo referência a Lula.