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Alckmin questiona o ‘novo’ na política e defende ‘experiência’

Declaração feita em Porto Alegre pareceu endereçada ao prefeito João Doria (PSDB), que disputa com ele a indicação para a eleição presidencial de 2018

Por Paula Sperb
Atualizado em 11 ago 2017, 16h59 - Publicado em 11 ago 2017, 16h48
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  • Com uma fala em tom de presidenciável, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), questionou significado do rótulo de “novo” na política. “Um dia desses, me perguntaram: ‘o Brasil precisa do novo?’ Quem é o novo? O novo é a idade? Quem tem setenta ou quem tem trinta [anos]? O novo é quem nunca foi candidato? Ou quem tem vários mandatos?”, indagou Alckmin durante sua fala no painel “Brasil de Ideias”, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre. O evento foi promovido pela revista Voto.

    O prefeito paulistano João Doria (PSDB) costuma defender a “nova política” – por isso, a declaração de Alckmin soou como uma indireta ao colega de partido e também potencial candidato à Presidência, o que tem gerado uma divisão interna na sigla.

    Após a pergunta retórica, o próprio tucano respondeu às indagações: “O novo é quem defende o interesse coletivo, o interesse público. O país foi dominado pelo corporativismo”, disse. Em entrevista coletiva, Alckmin explicou que o “corporativismo” mencionado não afeta apenas o setor público, mas o privado, com “isenções e subsídios”.

    “A eleição de 2018 vai ser a eleição da experiência. Experiência inclusive do povo brasileiro com o sofrimento ocasionado aí pelos 13 milhões de desempregados, fruto de um populismo destrutivo e de inexperiência arrogante. O resultado está aí. Acredito que 2018 vai ser a eleição da experiência, no bom sentido”, disse Alckmin. A experiência na gestão pública à frente de São Paulo – ele está no seu quarto mandato como governador – seria um diferencial em relação a Doria, que está no início do seu primeiro mandato (ele assumiu em janeiro deste ano).

    Unir o Brasil

    “Se eu for candidato, isso está muito longe, não é uma decisão pessoal, é uma decisão coletiva, vou trabalhar para unir o Brasil. Claro que tem disputa, é saudável que haja, mas naquilo que puder haver convergência. Tem uma série de questões hoje que não são mais ideológicas, são de senso comum”, disse o governador, que destacou que haverá prévias no PSDB caso não haja consenso sobre o nome para disputar a Presidência da República.

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    Alckmin está fazendo um tour pelo Sul. Além da palestra, ele visitará conglomerados de mídia (Band, Record e RBS, retransmissora da Globo) e se reunirá com os tucanos gaúchos. No sábado, o governador paulista vai a Santa Catarina. Em Florianópolis, ele falará na Assembleia Legislativa. Essa movimentação é vista pelos correligionários locais como confirmação de que Alckmin será o candidato a presidente pelo PSDB em 2018.

    Na palestra, Alckmin falou de sua visão para o futuro do Brasil. Defendeu a inovação e a tecnologia de maneiras que não se percam empregos e citou a necessidade de aumentar investimentos em obras de infraestrutura para aumentar a demanda por trabalho. O governador paulista também defendeu uma política fiscal que consiga conciliar equilíbrio das contas com atração de investimentos.

    Sobre privatização, o tucano disse que as concessões são positivas, porém, destacou a importância das agências reguladoras. “O setor privado não é uma Brastemp também. Se não tiver fiscalização 24 horas, passam a perna”, disse.

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