Bolsonaro “lamentou” que o general Geraldo Antonio Miotto, então chefe do Comando Militar do Sul, morto por Covid em janeiro, não tivesse feito “tratamento precoce”.
Bolsonaro tentou obrigar o comandante do Exército, general Edson Pujol, a posicionar-se contra medidas de proteção contra a Covid e contra a decisão do Supremo que revogou a condenação de Lula.
Bolsonaro tentou punir o chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, general Paulo Sérgio, por ter declarado que o Exército se preparava para a terceira onda da pandemia.
Bolsonaro tentou obrigar o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, a patrocinar o uso político do Exército.
Bolsonaro demitiu, de maneira imotivada, sumária e humilhante, seu ministro da Defesa, visto com reverência pelos integrantes dos Altos Comandos (os comandantes das Forças decidiram se demitir conjuntamente como forma de desagravo).
Bolsonaro nomeou como novo ministro da Defesa o general Braga Netto, que é mais “moderno” (júnior) do que vários dos integrantes do Alto Comando.
Antes de ser nomeado, o general Braga Netto participou da decisão de demitir do ministro da Defesa, seu antecessor, um general mais antigo do que ele.
Para dar a impressão ao público de que a decisão fora sua, Bolsonaro antecipou-se e, de forma inédita, demitiu os comandantes das Forças.
Bolsonaro resistiu a adotar o tradicional critério da antiguidade para escolher o novo comandante do Exército.
E por fim, maravilha das maravilhas, acabou por nomear comandante do Exército justamente o general Paulo Sérgio, que quis punir e que foi um dos pivôs que toda a confusão.
Se Bolsonaro quer um exército para chamar de “seu”, é melhor procurar outro, porque com esse não vai rolar.