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Será Bolsonaro o antilula?

Surpreende que tanta gente ache o presidente uma alternativa ao petista

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2022, 14h12 - Publicado em 27 Maio 2022, 06h00

O PT criou o mensalão, o petrolão e a nova matriz econômica. Com os primeiros, desviou bilhões e botou o Legislativo na folha de pagamento do Executivo, atentando contra um dos poderes da República. Com a última, promoveu a gastança, desorganizou o setor elétrico, levou a inflação (e, com ela, os juros) aos dois dígitos, jogou o país na recessão, dobrou o desemprego. E quase quebrou a Petrobras.

Mas o PT insiste que fez tudo certo. E promete mais do mesmo. Não surpreende que a rejeição a Lula seja tão grande.

O que surpreende é que tanta gente ache que Bolsonaro seja boa alternativa a Lula.

Na Saúde (quatro ministros até agora), Bolsonaro resistia a comprar vacinas por meios regulares enquanto uma tropa de militares, PMs e reverendos montava esquemas para atravessá-las com sobrepreço. O ministro Pazuello (“ele-manda-­eu-obedeço”) anunciou a compra de CoronaVac pelo triplo do preço. O deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) denunciou ao presidente que o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), comandava fraude na aquisição da Covaxin (que nunca chegou) — Bolsonaro o ignorou, cometendo crime de prevaricação.

Na Educação (quatro ministros), Milton Ribeiro informou que Bolsonaro mandou dar prioridade a pastores que cobravam propina. Comprou ônibus superfaturados. Iniciou a construção de 2.000 escolas que jamais ficarão prontas, têm propósito apenas eleitoreiro. Comprou kits de robótica com sobrepreço de 300% de empresa ligada a Arthur Lira. O ex-ministro Abraham Weintraub declarou que Bolsonaro determinou que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação fosse “entregue” ao Centrão (teria sido demitido por se recusar).

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“O PT insiste que fez tudo certo. E promete mais do mesmo. Não causa surpresa a rejeição ser tão grande”

Na Petrobras (quatro presidentes), Castello Branco caiu por recusar interferência no preço do petróleo e na verba de publicidade. Adriano Pires e Rodolfo Landim foram barrados por terem ligações com certo empresário de óleo e gás com interesses na empresa. Não há de ser por acaso que Bolsonaro decidiu substituir o presidente e o conselho inteiro.

O modelo de privatização da Eletrobras engloba gasodutos desnecessários, e o projeto de modernização do setor elétrico inclui um jabuti para a construção de um gasoduto de 100 bilhões de reais, o que beneficiará o tal empresário. O ministro almirante Bento Albuquerque foi demitido por se opor a esse “centrãoduto”.

E nem falamos dos muitos escândalos (o mais recente é o dos caminhões de lixo) ligados ao orçamento secreto, de 36 bilhões de reais. Dos apenas 11 bilhões cujo destino o Congresso esclareceu, sabe-se que a suplente, e mãe (!), de Ciro Nogueira dispôs de 400 milhões e Arthur Lira, de 300 milhões.

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Na corrupção petista, o governo administrava a verba desviada, pagando ao Centrão em dinheiro. Com Bolsonaro, o governo entregou a administração da verba diretamente ao Centrão. A diferença é operacional, difícil decidir qual modelo é pior. Já na ameaça à democracia, enquanto o PT cooptou o Congresso, Bolsonaro cooptou o Congresso, a PGR, as Forças Armadas, a PM e a PF, mantém o Supremo sob ataque e fala abertamente em golpe: a diferença é de grau, e é significativa.

É um mistério por que tanta gente acha que Bolsonaro é melhor do que Lula.

Publicado em VEJA de 1 de junho de 2022, edição nº 2791

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