Bolsonaro foi indiciado pelo Ministério Público Federal por improbidade administrativa no caso Wal do Açaí. Quem prestou atençãose lembra de Wal, uma funcionária lotada no gabinete brasiliense do então deputado federal Jair Bolsonaro.
Walderice Santos da Conceiçãomorava em Angra dos Reis, a 200 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, e era mulher do caseiro de uma casa que Bolsonaro mantinha no balneário. Durante a semana, administrava uma loja em que vendia açaí; no fim de semana, executava serviços domésticos na casa do deputado. Jamais pôs os pésem Brasília.
Salvo alguma explicação mirabolante que até hoje, depois de anos, não surgiu, a explicação é óbvia: Bolsonaro pagava a uma funcionária particular com dinheiro público. Configura improbidade administrativa, claro, mas também crimes de falsidade ideológica, peculato etc.
É de se supor que o MPF tenha optado por indiciar Bolsonaro não por peculato (que é crime e dá cadeia), mas por improbidade administrativa, porque improbidade, por não ser crime, não oferece foro privilegiado. Ou seja, o processo pode andar.
No entanto, as provas e evidências que devem comprovar a improbidade administrativa são as mesmas que comprovariam peculato, de modo que é provável que vejamos, nos próximos meses, um desfile de provas demostrando que Bolsonaro cometeu crime.
Em uma só semana, explodiram o escândalo do gabinete paralelo no MEC e o indiciamento de Bolsonaro no caso Wal do Açaí.
A campanha vai ser animada.