“ARENA não dá”, disse Rodrigo Maia, explicando por que não é possível permanecer no DEM. E, ao mesmo tempo, dando uma estocada no fígado de ACM Neto.
A Aliança Renovadora Nacional (ARENA), era o partido de sustentação da ditadura, carimbava o que os militares mandavam e fazia cara de paisagem enquanto ela perseguia, prendia, exilava, torturava, matava.
O partido mudou de nome para PDS, depois para PFL, e, mais recentemente, quis se reinventar como DEM, ou Democráticos, partido de centro-direita supostamente moderno e democrático.
A ARENA, da qual o velho Antônio Carlos Magalhães era um dos principais caciques, assentiu com a perseguição e prisão do jovem economista de esquerda Cesar Maia. Enquanto a família de ACM Neto, ainda por nascer, usufruía das benesses da ditadura apoiada por seu avô, Cesar lutava para criar o filho Rodrigo, nascido no exílio, no Chile.
Neto e filho de antigos inimigos acabaram se tornando correligionários e amigos, principais líderes do partido que um dia foi ARENA, mas se apresenta(va) como ponta-de-lança da oposição à extrema-direita que está no poder.
ACM Neto mostrou que não era bem assim, que cogita apoiar quem defende a ditadura (você tira o rapaz da ARENA, mas não tira a ARENA do rapaz).
Mas, se é para voltar a ser ARENA, Maia prefere o exílio. Compreende-se.