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Nada se salva

Gilmar Mendes fez uma declaração ruim, as Forças Armadas soltaram uma nota pior (e continuam devendo uma resposta)

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2020, 15h11 - Publicado em 13 jul 2020, 15h03

“É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável”, disse Gilmar Mendes.

Não é bom para a democracia que ministros do Supremo Tribunal Federal façam declarações sobre o governo ou as Forças Armadas: afinal, podem vir a ter que julgá-los. Considerando-se que há um histórico de confronto entre o governo e o STF, que há poucas semanas passamos perto de um impasse institucional, que durante algum tempo pareceu haver o risco de o Exército apoiar uma ruptura democrática, a declaração é particularmente imprudente.

O que não significa que não esteja correta.

Está.

O Ministério da Saúde, comandado por um general de divisão da ativa e repleto de militares, tem uma política negacionista que maximiza a mortandade. Ao permitir que militares da ativa conduzam tal política, as Forças Armadas de fato se associam a ela.

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O Ministério da Defesa soltou uma nota enfatizando a — importantíssima — ação das Forças Armadas contra a Covid-19, mas fugiu do assunto principal. Insatisfeito, soltou outra nota, em conjunto com os comandantes das Forças Armadas, desta vez muito dura, em que afirma que a acusação de Gilmar é “infundada, irresponsável e leviana”, e que encaminhará o assunto à Procuradoria-Geral da República — mas, em vez de negar ou defender sua inegável e indefensável associação com a política negacionista do Ministério da Saúde, optou por discutir a carga semântica da palavra “genocídio”.

Comandantes das Forças Armadas que permitem que militares da ativa participem de uma política negacionista que mata brasileiros; ministro do STF que critica o governo e as Forças Armadas; ministro e comandantes das Forças que reagem de maneira violenta (e também negacionista) contra o Supremo; governo que ameaça processar ministro do Supremo… nada se salva nessa história.

Mas os militares continuam devendo uma atitude em relação a sua associação com a terrível política do Ministério da Saúde.

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