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Lula e Mantega: o novo capítulo do filme que você já viu

Previsível como uma reprise, Lula escreve um roteiro que leva ao mesmo (amargo) fim

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jan 2024, 12h46

Na semana passada, Lula anunciou a retomada de investimentos nas refinarias Abreu e Lima e Comperj, símbolos do petrolão. Esta semana, anunciou um pacote de 300 bilhões para estimular a indústria, num modelo similar ao que nos deu a Lava-Jato. O presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, afirmou que o Brasil “precisa construir navios”, ideal que acabou no escândalo da Sete Brasil.

E agora, informa Lauro Jardim, Lula está determinado a emplacar Guido Mantega na presidência da empresa. É uma ideia absurda de muitas maneiras:

  1. A Vale é uma empresa privada, Lula não tem que ter opinião sobre quem é ou deixa de ser presidente da empresa.
  2. Mantega não tem qualificação para ser sequer conselheiro, muito menos presidente.
  3. O histórico de Mantega é desastroso: pior ministro da Fazenda da história, foi o síndico de uma devastação fiscal que jogou o país em uma profunda recessão, da qual até hoje não nos recuperamos completamente.
  4. Sua reputação está longe de ser ilibada: arrolado como “Pós-Itália” nas planilhas da Odebrecht, chegou a ser preso por suspeita de corrupção.
  5. E o mais grave: Lula quer colocar Mantega na Vale por motivos personalíssimos. Acha que o velho amigo sofreu uma “injustiça” que merece reparação — de 60 milhões de reais por ano a ser feita com dinheiro privado.

A chance de Lula conseguir botar Mantega na presidência — neste momento — é perto de zero. Mas, ao pressionar pela presidência, tende a garantir que Mantega será eleito conselheiro. E, uma vez colocado o pé na porta, fica bem mais fácil conseguir a presidência em um segundo momento.

Lula está mais voluntarioso do que nunca e a capacidade do governo de chantagear o conselho da Vale — usando sua golden share para atrapalhar os procedimentos societários, negando licenças minerárias etc. — não deve ser subestimada. Em seu primeiro governo, Lula tanto pressionou os acionistas que conseguiu se livrar de Roger Agnelli, cujo desempenho era estelar.

A bronca de Lula com Agnelli era principalmente porque queria que a Vale entrasse para valer no ramo de siderurgia, fora do centro de competência da mineradora — e o então presidente da empresa resistia. A visão desenvolvimentista de Lula continua querendo a mesma coisa agora. Que Mantega, claro, entregaria.

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Então ficamos assim. A Vale produz aço. Com o aço, uma nova Sete Brasil fabrica os navios. Os navios são abastecidos com diesel refinado na Abreu e Lima a partir do petróleo produzido pela foz do Amazonas. Tudo financiado com dinheiro baratinho do governo.

O naufrágio é certo.

(Por Ricardo Rangel em 25/01/2024)

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