Na sexta-feira, Janja ridicularizou uma mulher que chamou seu festival de música de Janjapalooza.
No sábado, mandou um “fuck you, Elon Musk”, para o futuro secretário (ministro) dos EUA. Na mesma ocasião, classificou um ministro do Supremo (Alexandre de Moraes) de “grande parceiro”. Em seguida, chamou o terrorista de Brasília de “bestão” e filosofou: “a gente ri, mas olha só o que faz (sic) as redes sociais na mente das pessoas”.
Até para alguém com o histórico de gafes de Janja, é impressionante. O único ponto em que acertou foi em relação ao poder das redes. A gente ri, mas olha só o que as redes sociais andam fazendo na mente da primeira-dama.
Janja não foi eleita para nada, não foi nomeada por ninguém, não tem função oficial, mas acha que pode (e deve) dar declaração sobre tudo, proferindo uma bobagem atrás da outra. No quesito compostura, é uma espécie de anti-Ruth Cardoso.
Os danos causados por Janja ao governo de seu marido são, com frequência, duplos: para cada manchete negativa que a imprensa dá, há uma manchete positiva que a imprensa deixa de dar.
Lula não gostou, e, ainda no sábado, passou um pito público na mulher: “essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém”.
O pito não parece ter surtido muito efeito: no domingo, Janja atribuiu o fato de não ter gabinete oficial a “machismo” (de quem?).
Janja está errada em tudo, é claro, mas mais errado está o próprio Lula. Foi ele que chamou a mulher para todos os compromissos oficiais onde ela não deveria estar, foi ele que aceitou (e aplaudiu) as barbaridades que ela disse e fez nos últimos anos.
Elon Musk, de sua parte, riu do faux pas dado pela primeira dama. E cravou: “eles vão perder a próxima eleição”.
No caminho em que vão, Lula e Janja têm tudo para realizar a profecia do bilionário dublé de secretário.
(Por Ricardo Rangel em 18/11/2024)