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Hamilton Mourão ainda não entendeu

Patriotas sabem que o dever de lealdade para com o Brasil é maior do que para com o presidente do Brasil

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jun 2021, 18h23 - Publicado em 17 jun 2021, 18h16

Mourão deu mais uma entrevista.

Diante do recorde de desmatamento, Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, declarou que pediu a Bolsonaro autorização para uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para “deter esse avanço da ilegalidade”.

Todo mundo sabe que o principal patrocinador do “avanço da ilegalidade” é o próprio Bolsonaro, mas Mourão aceita ocupar um cargo decorativo e emprestar seu prestígio para legitimar o presidente.

Mourão fez chacota com o fato de a Polícia Federal ter apreendido o celular de Ricardo Salles. Aparentemente, acha divertido, e normal, um ministro de Estado ser suspeito de contrabando.

Mourão afirma que as Forças Armadas não estão envolvidas com política. Um general da ativa subiu no palanque de um comício, e o comandante do Exército achou normal, não o puniu. Afora Pazuello, há mais dois oficiais generais no ministério. Generais-ministros discutiram com o presidente a hipótese de fechar o STF. Bolsonaro dobrou o número de militares (para seis mil) em seu governo e ninguém sabe quantos são da ativa. Mourão acha tudo normal.

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Mourão acha que não existe “espaço” para um levante bolsonarista nas polícias militares. Diz que quando as PMs entraram em greve, o “Exército foi acionado e cumpriu sua missão”. Não lhe ocorre que Bolsonaro possa não “acionar” o Exército.

Mourão é contra o passaporte de imunidade porque “esse troço não vai funcionar”. Mourão parece resignado que o Brasil é mesmo uma esculhambação, ninguém cumpre regra, é assim mesmo. Dentro dessa visão de mundo, parece até razoável que a infração de Pazuello tenha ficado por isso mesmo: afinal, se tudo é uma esculhambação, por que o Exército não seria?

Mourão, mais uma vez, declarou que é leal a Bolsonaro, fez uma indireta sobre a suposta deslealdade de Temer a Dilma, e choramingou que não é convidado para as reuniões de ministério.

Mourão ainda não entendeu qual é seu papel.

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Vice-presidente que se preze não dever dar entrevista: se o que disser for bom, é o que se espera; se for ruim, pode causar uma crise. Vice-presidente deve ter compostura: não deve naturalizar a desordem, não deve falar mal de ninguém, muito menos do povo brasileiro ou de seus antecessores.

Vice-presidente não é subordinado ao presidente, pode ter que substituí-lo, não deveria participar de seu governo, nem queixar-se dele, nem bajulá-lo.

Hamilton Mourão precisa entender que não é vice-presidente de Jair Bolsonaro: Hamilton Mourão é vice-presidente do Brasil. Jurou defender e obedecer à Constituição, não jurou defender ou obedecer ao presidente.

Patriotas sabem que o dever de lealdade para com o Brasil é maior do que para com o presidente do Brasil. E pode não estar longe o dia em que Mourão terá que escolher entre o presidente e o Brasil.

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A maior parte do povo brasileiro, que é favorável ao impeachment, acha que esse dia já chegou.

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