Em menos de 60 minutos, dois novos escândalos para Jair Bolsonaro.
O deputado Luís Miranda relatou a à revista Crusoé que, depois que alertou Jair Bolsonaro de que havia um esquema de corrupção em curso no Ministério da Saúde, recebeu de Ricardo Barros uma proposta milionária para calar a boca. (Perguntinha desagradável: quem contou a Barros que Miranda estava fora de controle e precisava de um calaboca?)
Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, contou à Folha de São Paulo que foi achacado por Roberto Ferreira Dias, diretor de logística do Ministério da Saúde, quando tentava negociar doses da vacina AstraZeneca.
Segundo Dominguetti, Dias exigiu propina de um dólar para cada vacina que comprasse. O diretor é uma das pessoas de quem Luís Ricardo Miranda diz ter recebido pressão indevida para efetuar pagamento antecipado (e irregular) referente à Covaxin. Dias foi indicado para o ministério por Ricardo Barros. (Uma hora após a publicação deste post, o governo demitiu Roberto Dias sem qualquer explicação.)
Ricardo Barros está no olho do furacão.
O que está acontecendo confirma uma das leis do universo: quando alguém muito poderoso está no chão, forma-se fila para lhe chutar a cara. Especialmente se for alguém não muito querido. Tanto Ricardo Barros como Jair Bolsonaro estão no chão. E a fila está se formando com uma velocidade impressionante.
Jair Bolsonaro precisa se livrar rapidamente de Ricardo Barros.
Mas Ricardo Barros é um homem poderoso, controla muitos votos na Câmara e é um dos cardeais do centrão. E, para parafrasear Vinícius de Moraes, sem o centrão, Jair Bolsonaro não é ninguém. Se ficar próximo a Barros, Bolsonaro pode cair. Mas se se afastar de Barros, Bolsonaro pode cair.
A cada momento que passa, a relação de Jair Bolsonaro com Ricardo Barros mais se parece com a relação de Dilma com Eduardo Cunha.