Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Continua após publicidade

Aos vencedores, as batatas…

...quentes de uma disputa que terá um único perdedor: nós

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 09h33 - Publicado em 9 fev 2024, 06h00

Na reabertura dos trabalhos legislativos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez um discurso recheado de ameaças ao Executivo. E o Supremo não perde por esperar: no Congresso, fala-se em limitação das decisões monocráticas, mandato com tempo fixo, redução da idade de aposentadoria e até concordância prévia do Legislativo para ações contra parlamentares (!).

Executivo e Supremo não são vítimas inocentes. Lula poderia ter feito um governo de coalizão e garantido apoio no Congresso. Preferiu governar só com sua turma e o Centrão, fórmula já testada antes com resultados conhecidos e desastrosos. O presidente investe no confronto (até as minorias, que em geral o apoiam, insulta), defende a gastança, o desenvolvimentismo e o aparelhamento que levaram o país à lona. Mas quer que os outros cortem custos. Por que será que colhe tanto mau humor?

Sun Tzu ensinou que quem conhece seu inimigo e a si mesmo vencerá todas as batalhas. Lula, que não leu A Arte da Guerra e parece não se lembrar de quem é, nem do que é o Centrão (bloco de “moral homogênea”, diria, talvez, o deputado Márcio Moreira Alves), coleciona derrotas no Congresso.

“O presidente investe no confronto, defende a gastança e o aparelhamento que levaram o país à lona”

Os parlamentares ameaçam derrubar o veto aos 5,6 bi que pretendem empregar em obras eleitoreiras etc. (o “etc.” é um perigo). E devolver a MP da reoneração, com que Lula tenta derrubar a derrubada do veto com o qual tentou derrubar o redobre da desoneração (não, política brasileira não é simples).

Continua após a publicidade

No Supremo, o ministro Dias Toffoli suspendeu, sozinho e sem motivo convincente, multas bilionárias de uma empresa cliente de sua mulher e de outra cujo presidente, segundo a Crusoé, se referia ao ministro como “amigo do amigo do meu pai”. Na ponta oposta, mandou investigar a Transparência Internacional, que o citou como um dos motivos para a queda do Brasil no ranking de corrupção.

Ministros do Supremo falam pelos cotovelos, mas não falam em levar ao plenário as medidas de Toffoli. Nem cogitam apreciar a decisão de Ricardo Lewandowski sobre as estatais, que permitiu seu aparelhamento com gente sem qualificação e de moral duvidosa. E acham normal ministro ser empresário, dar palestra remunerada secreta, ter parente representando junto ao tribunal.

É positivo que o Congresso queira combater excessos e desvios, mas não é isso que o anima contra os outros poderes. Lira quer recuperar os 5,6 bi, derrubar o articulador político do governo no Congresso e obter o apoio de Lula para seu candidato à presidência da Câmara. E mudar de assunto em relação ao escândalo da Perse (o “etc.” da vez). Lira nunca foi de querer pouco.

Continua após a publicidade

Com o Supremo, a bronca é porque os parlamentares acham que a Corte toma decisões sobre temas que pertencem a eles mesmos, não aos juízes. Temas sobre os quais “eles mesmos” nunca decidem. Na prática, o que defendem é o vácuo legal. E tem as buscas e apreensões da investigação do 8 de Janeiro, que estão deixando parlamentares em pânico — e em busca de im(p)unidade.

Enfim, não há ninguém certo.

A briga deve continuar, sem vencedores claros. Sobrarão batatas (quentes) para todos.

Continua após a publicidade

Para nós, sobrará a conta.

Publicado em VEJA de 9 de fevereiro de 2024, edição nº 2879

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.