No dia 10 de setembro de 1975, uma reportagem de VEJA trazia um título que poderia ser usado hoje: “MDB Dividido”. A matéria mostrava a dificuldade do partido na convenção que renovaria a direção nacional. “Algumas provações foram provocadas pela imprevidência dos próprios emedebistas, sempre dispostos a cultivar um inexplicável apego às divisões internas”, dizia o texto sobre os desafios que o partido enfrentou desde a sua criação, em 1966. O então deputado federal Alvaro Dias aparecia nas páginas da revista pela primeira vez, comentando os bastidores do partido.
Onze anos depois, em 1986, ele foi eleito para governador do Paraná e sua gestão foi marcada por altos índices de aprovação. Em 27 de setembro de 1989, VEJA fez matéria destacando o crescimento do estado acima da média nacional. “Nunca crescemos tanto em tão pouco tempo”, disse o político na reportagem “O Segredo de um Campeão de Fartura”.
Em 14 de setembro de 1994, já no PP, Dias enfrentou outro pleito para o governo do estado. A campanha foi marcada por uma polêmica envolvendo um outdoor de seu adversário, Jaime Lerner (então no PDT), que foi pichado com as palavras “judeu” e “anticristo”. “Ele queria dar uma de vítima e montou esse espetáculo”, afirmou Dias, que estava atrás nas pesquisas.
“Dias atribui a baixaria a Lerner, mas comporta-se de forma covarde porque ressalta no programa eleitoral, de maneira indireta e pouco sutil, que o rival é judeu e ele não é. ‘Eu sou cristão e me revolto com pobreza e miséria’, recita com a Bíblia embaixo do braço”, contava a reportagem. O político acabou perdendo a eleição.
Agora, em 2018, após passar pelo PSDB e PV, Dias deve passar por uma campanha ainda mais difícil. Ele é pré-candidato à Presidência pelo Podemos.