Se o lançamento dos novos modelos de Iphone (8, 8 Plus e X), nesta semana, causou a celeuma vista terça-feira, 12, imagine o que aconteceu com o anúncio dos primeiros produtos da marca que revolucionou os aparelhos celulares do mundo. Na edição 1.991, de 17 de janeiro de 2007, VEJA dedicou sua capa a esse evento histórico e apresentou a seus leitores o smartphone que viraria mania também no Brasil.
A reportagem de apenas dez anos atrás (a gente se habituou tanto com as inovações trazidas pelo aparelho que parece bem mais tempo) não poupou elogios ao smartphone e à Apple. “As tecnologias refinadas, dizia Carl Sagan, funcionam como mágica. O iPhone, o telefone celular da Apple com acesso à internet e música de qualidade, é um exemplo.” E apresentava, maravilhada, o sistema touchscreen: “Passa-se o dedo levemente sobre a superfície da tela e as imagens deslizam na mesma direção como que impulsionadas por uma força invisível. Movam-se os dedos indicador e polegar como uma pinça que se se abre sobre a tela e a imagem imediatamente é ampliada. O movimento contrário encolhe a imagem.”
Os adjetivos se estenderam ao presidente da Apple, Steve Jobs. “A apresentação do iPhone na semana passada entroniza o americano Steve Jobs, de 51 anos, como o Henry Ford do século XXI, o empreendedor que está criando não apenas as máquinas mais extraordinárias mas fazendo-o de modo que elas sejam acessíveis, se não às massas, a milhões de pessoas.”
A reportagem segue e dedica vários trechos a detalhes do novo aparelho — “O iPhone é multitarefa: consulta-se a web ao mesmo tempo em que se baixam e-mails em um segundo plano”— e ressalta o tamanho e a importância do lançamento da Apple: “A criação do iPhone produziu 200 novas patentes para a empresa. Isso é o dobro do que o Brasil registra em um ano”.
Finalizando o texto, o serviço para os então ansiosos amantes de tecnologia. “O iPhone chega ao mercado americano em junho, em duas versões:
- 8 gigabytes de memória
- 2 000 músicas, ou 25 000 fotos, ou 10 horas de vídeo
- Preço: 599 dólares
O modelo de 4 gigabytes custará 499 dólares.”
Quase cinco anos depois, VEJA, em perfil escrito pelo jornalista Fabio Altman, voltou a reverenciar o visionário que presenteou o planeta com o iPhone, entre outras inovações. Na edição 2.536, de 12 de outubro de 2011, a publicação abria assim a reportagem da página 92: “As criações de Steve Jobs tornaram o nosso cotidiano mais agradável, bonito e eficiente — o MAC, o iPod, o iPhone e o iPad espalharam-se pelo mundo com a força de um renascimento cultural. Eles são frutos do poder criativo do fundador da Apple, morto de câncer no pâncreas, aos 56 anos”.
Leia mais um trecho do perfil do revolucionário Steve Jobs, morto em 5 de outubro de 2011:
“Desapegado do dinheiro, andava em trajes despojados — calça jeans, tênis e camisa preta —, mas triturou os executivos de terno e gravata de sua concorrente mais constante, a Microsoft, de Bill Gates. No começo do ano 2000, com o valor de uma ação da Microsoft podiam-se comprar duas ações da Apple. Onze anos depois, a Microsoft valia apenas 7% da Apple…”
(…) Jobs não era excepcionalmente inteligente, mas era gênio, antena da raça, experimentador de sensações (usou LSD na juventude e peregrinou pela Índia. Era instintivo e, certa vez, explicou assim sua filosofia de trabalho: “Quando você faz em frações de segundo o que os outros levariam horas para fazer tudo parece mágica”. Esse é o ponto. As visões de Jobs pareciam brotar do éter e suas intuições vinham como que sopradas pelo vento.”
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