WikiLeaks nunca vazou documento mostrando que William Waack foi informante dos EUA; já Zé Dirceu e Greenhalgh… Um deu pau em Lula; outro passou aos americanos bastidores do PT e do MST
William Waack é um dos mais competentes, sérios e cultos jornalistas do país. Concordamos em muita coisa. Mas eu gosto mesmo é quando discordamos, o que não é tão raro assim, porque ele fica ainda mais sabido, e sempre tenho a chance de refinar meus argumentos. Pra que ter amigo que torna a gente pior, […]
William Waack é um dos mais competentes, sérios e cultos jornalistas do país. Concordamos em muita coisa. Mas eu gosto mesmo é quando discordamos, o que não é tão raro assim, porque ele fica ainda mais sabido, e sempre tenho a chance de refinar meus argumentos. Pra que ter amigo que torna a gente pior, não é mesmo? Vocês sabem: independência, talento e competência… Essas coisa mexem com os piores rancores dos sabujos, dos bisonhos e dos incompetentes.
Todos vocês sabem que circulou a valer, especialmente na esgotosfera — e até em alguns veículos que aspiram à seriedade —, o boato de que o âncora da TV Globo seria “informante” da embaixada dos EUA no Brasil. As evidências estariam em documentos vazados pelo WikiLeaks. Ignorei solenemente o assunto porque a abordagem era de tal sorte vagabunda que o mero desmentido ajudaria a propagar a ignomínia. Agora é diferente.
Em um artigo publicado nesta quinta no site Observatório da Imprensa, as jornalistas Marina Amaral e Natalia Viana negaram a existência de qualquer documento que indique que Waack tenha atuado como “informante”. Ele foi, sim, algumas vezes, interlocutor de diplomatas americanos, a exemplo de muitos outros jornalistas. E daí? Escrevem: “Nada mais normal. Culpar um jornalista por ter conversado com um embaixador é como punir um mecânico por estar com as mãos sujas de graxa.” Nas moscas!
Natália, como informa o próprio artigo, “foi responsável pela publicação e distribuição dos documentos diplomáticos referentes ao país, cujo conteúdo foi parcialmente relatado pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, de novembro de 2010 a fevereiro deste ano. ”
Bem, eu sempre soube que William é tão informante dos EUA quanto eu sou agente do Mossad — é o que diz certa canalha! Um medalhão do esquerdismo aloprado, metido a intelectual, figura até outro dia influente no Itamaraty, já assegurou em artigo que sou contratado da CIA para fazer agitação e propaganda. Notem: não é que ele intui ou acha isso. Ele disse ter informações seguras a respeito!!! Eu e William conversamos por códigos! Quando um diz ao telefone “alô”, o outro responde: “Ah, entendi…” Grana mesmo, até agora, nada!!!
Bem, William nunca foi “informante” dos americanos, já José Dirceu e Luiz Eduardo Greenhalgh… Leiam trechos do artigo das duas jornalistas (íntegra aqui):
“O fato de alguém ir ou não à embaixada só é notícia se o conteúdo da conversa é importante – uma informação de bastidor sobre o governo, por exemplo – ou se a própria visita à embaixada for algo que o público em geral jamais imaginaria.
(…)
o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu criticou Lula e o PT em um encontro com o ex-assessor do Departamento de Estado americano Bill Perry, isentando-se de responsabilidade pelo esquema que ficou conhecido como mensalão; e o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT, notório crítico da atuação americana e advogado de diversos integrantes do MST, contou bastidores do PT e do MST ao cônsul americano em São Paulo.”
É mesmo, é?
Quer dizer que esses notórios patriotas, esquerdistas até debaixo de outros esquerdistas, comportam-se assim no escurinho do cinema com “os gringos”? Dirceu, aquele que teria chorado pela primeira vez em anos ao saber do câncer de Lula, deu pau no Apedeuta. E Greenhalgh, esse emessetista juramentado e advogado e porta-voz de Cesare Battisti, contou bastidores do PT e do MST.
A gente ainda vai acabar descobrindo que Dirceu sempre foi agente da CIA e sempre atuou para desmoralizar a esquerda no Brasil. Convenham: o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) até que saiu bem na tarefa, né?