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Reinaldo Azevedo

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Veja 8 – Catequizando os tupinambás e os caetés

Meu artigo nesta edição de Veja chama-se: “É preciso civilizar os bárbaros do PT”. Seguem alguns trechos: “Faz 26 anos que os democratas se ocupam de atrair o PT para a civilização. Os tupinambás e os caetés, no entanto, resistem e tentam impor o canibalismo como algo doce e decoroso. Antes, tingiam a cara para […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 08h16 - Publicado em 28 out 2006, 07h45
Meu artigo nesta edição de Veja chama-se: “É preciso civilizar os bárbaros do PT”. Seguem alguns trechos: “Faz 26 anos que os democratas se ocupam de atrair o PT para a civilização. Os tupinambás e os caetés, no entanto, resistem e tentam impor o canibalismo como algo doce e decoroso. Antes, tingiam a cara para a guerra e nos propunham o dilema: ‘Socialismo ou barbárie’. Com o tempo, eles mesmos fizeram a opção sem nem nos dar a chance de escolher: barbárie! Institucional, quando menos. Mas continuamos aqui, firmes no nosso papel de jesuítas, crentes na nossa missão civilizadora, esforçando-nos para catequizá-los, fingindo que são tupis amistosos – tentando, enfim, emprestar-lhes alguma metafísica. Mas quê… Tenho cá as minhas dúvidas se os aborígines não estão vencendo. Em vez de o primitivismo ser domado, o que vejo é muita gente a flertar com Guaixará, Aimbirê e Saravaia, invertendo o fluxo histórico da civilização.

Os três acima eram os demônios da peça Auto de São Lourenço, do padre Anchieta (1534-1597), representada para os índios e para os primeiros colonos. Lembro-me de um livro que ganhei quando criança. Havia uma ilustração do jesuíta fazendo um poema na areia com um galho ou cajado. A catequese é mais do que um confronto de culturas. É um choque entre tempos. Trata-se do encontro de homens que estão em estágios diversos de domínio da natureza. Um trazia a escrita, a abstração, a realidade como conceito; outros viviam imersos no gozo, no terror e na ignorância. Antropólogos vão protestar. Para eles, pouco importa por que cai a maçã. Qualquer explicação “cultural” vale a pena. Continuo a achar libertadora a lei da gravidade…
(…)
No debate da Rede Record,

[Lula] deixou entrever a disposição de estudar o que eles chamam de ‘controle social dos meios de comunicação’. Trata-se de um eufemismo e de uma perífrase para ‘censura’. O PT vê em cada veículo – ou, vá lá, em boa parte deles – um bispo Sardinha dando sopa. Sabe que a imprensa livre é o Evangelho da democracia; que ela guarda seus segredos e seus fundamentos.

Estamos vivendo os nossos dias de Hans Staden (1525-1579), o aventureiro alemão que caiu presa dos tupinambás. Deu sorte: conseguiu sair vivo. No cativeiro, observou os costumes dos antropófagos e depois redigiu um relato de viagem que fez grande sucesso na Europa. Ajudou a espalhar a lenda de que, por estas plagas, comer gente era prática corriqueira – os tupis, coitados, gostavam mesmo era de uma capivara e de um macaco. Alguns acreditam de tal modo na superioridade de sua teologia e de seus hábitos alimentares que observam os seus raptores com interesse antropológico, mal disfarçando certa simpatia por aqueles que os ameaçam.

Estou fora dessa. Quero os tupinambás e os caetés ajoelhados. Sob o signo da Cruz da civilização. Os petistas devem acionar a tecla SAP para metáforas e metonímias neste último parágrafo

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