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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Veja 5 – A seita anticapitalista e a tristeza do Jeca

Meu artigo nesta edição da Veja chama-se “A seita anticapitalista e a tristeza do Jeca”. Constato nas reações à tragédia ocorrida numa estação do Metrô que está sendo construída em São Paulo um enorme ódio ao capitalismo. E é sobre isso que eu falo: Boa parte do noticiário sobre o desabamento da Estação Pinheiros do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 6 jun 2024, 08h13 - Publicado em 3 fev 2007, 07h21
Meu artigo nesta edição da Veja chama-se “A seita anticapitalista e a tristeza do Jeca”. Constato nas reações à tragédia ocorrida numa estação do Metrô que está sendo construída em São Paulo um enorme ódio ao capitalismo. E é sobre isso que eu falo:

Boa parte do noticiário sobre o desabamento da Estação Pinheiros do metrô, em São Paulo, levou-me a convocar o espírito de Monteiro Lobato para conjurar o demônio do atraso que toma conta da vida pública brasileira. Os corpos nem haviam sido retirados dos escombros, e o canhoto do estatismo já escandia sua escatologia: a sede de lucro fizera mais vítimas. A militância antiprivatista que ajudara a eleger, havia pouco, um presidente da República encontrava na cratera o seu altar. Enquanto uns choravam seus desaparecidos, outros celebravam um triunfo intelectual. Os que lamentavam seus mortos tinham de genuinamente seu a dor. Os que pranteavam uma idéia tomavam de empréstimo sete cadáveres para exibi-los como emblemas de seu ódio.
Lobato foi um prodígio. Ainda hoje apanha nas escolas do ensino médio – será? – porque resolveu enroscar com a pintura modernista, numa crítica tão obtusa quanto brilhante. A turma da Semana de 22 caiu de pau no coitado. Só mais tarde foi reabilitado por Oswald de Andrade, que o chamou de “o Gandhi do modernismo”. Gandhi? Lobato era bom de briga. Alguns de seus melhores textos estão reunidos em Urupês. Ali ele faz o retrato do Jeca Tatu: “Este funesto parasita da terra é o caboclo, espécie de homem baldio, seminômade, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela, nas penumbras fronteiriças. À medida que o progresso vem chegando com a via férrea, o italiano, o arado, a valorização da propriedade, vai ele refugiando em silêncio, com o seu cachorro, o seu pilão, a picapau e o isqueiro, de modo a sempre conservar-se fronteiriço, mudo e sorna. Encoscorado numa rotina de pedra, recua para não adaptar-se”.
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