Veja 4 – A “boliburguesia” de Chávez
Manifestação chavista em Caracas, na semana passada: falso discurso moralista contra a riqueza (Foto: Jorge Silva/Reuters) Como sabem, chamo a nova classe social petista que chegou ao poder de “burguesia do capital alheio”. Se, aqui, numa democracia com instituições ainda vigorosas, ela se faz notar, imaginem o que é o fenômeno na ditadura venezuelana. Duda […]

Como sabem, chamo a nova classe social petista que chegou ao poder de “burguesia do capital alheio”. Se, aqui, numa democracia com instituições ainda vigorosas, ela se faz notar, imaginem o que é o fenômeno na ditadura venezuelana. Duda Teixeira, da VEJA, foi a Caracas e viu de perto a “boliburguesia”. É isto mesmo: trata-se da “burguesia bolivariana”, que não é formada só pelos empresários amigos de Chávez, mas também pelo altos funcionários da administração, que enriqueceram com a corrupção fácil. Impressionante: eles também gostam de lidar com dinheiro vivo. Seguem trechos da reportagem e link:
Conforme o próprio Chávez não se cansa de repetir, seu projeto consiste em eliminar a “elite oligárquica” do país – através da expropriação de empresas privadas, da censura aos formadores de opinião e da criação de um partido único, entre outras medidas autoritárias. O que o aspirante a ditador não diz (mas todo vendedor de artigos de luxo em Caracas sabe) é que ele está apenas substituindo a tradicional elite venezuelana por outra, formada por altos funcionários públicos corruptos, sindicalistas e empresários cujo principal mérito é bajular o ditador. Na Venezuela, essa nova classe é chamada de “boliburguesia”, uma alusão a duas das expressões mais usadas por Chávez: bolivariano e burguesia.
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A boliburguesia de Chávez pode ser facilmente identificada nas lojas de Caracas de duas maneiras. Primeiro, através do uso do bonezinho vermelho, peça básica do vestuário dos militantes chavistas. Segundo, pelo estranho hábito que seus integrantes têm de pagar tudo com pilhas e pilhas de dinheiro vivo.
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O carro preferido da elite bolivariana é o Hummer H2, de 100.000 dólares. A loja Super Autos vendeu, só neste ano, duas dezenas de unidades do modelo, a maioria para chavistas. Em março, o governador do estado de Carabobo, Luis Acosta Carlez, um expoente do chavismo e ele próprio dono de um Hummer, disse em uma entrevista na TV: “Por que nós, os revolucionários, não temos o direito de ter um Hummer? Se ganhamos dinheiro, podemos comprar”.
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