Veja 2 – Marcola: ainda no comando. E fora do RDD por decisão de juiz
Por Juliana Linhares:Nos próximos dias, o bandido Marcos Willians Camacho, o Marcola, deixará a prisão de segurança máxima de Presidente Bernardes rumo a destino ignorado. No presídio, localizado no interior de São Paulo, vigora o Regime Disciplinar Diferenciado, o temido RDD, que prevê isolamento máximo para presos perigosos e líderes de quadrilhas – caso de […]
Nos próximos dias, o bandido Marcos Willians Camacho, o Marcola, deixará a prisão de segurança máxima de Presidente Bernardes rumo a destino ignorado. No presídio, localizado no interior de São Paulo, vigora o Regime Disciplinar Diferenciado, o temido RDD, que prevê isolamento máximo para presos perigosos e líderes de quadrilhas – caso de Marcola, o número 1 da facção criminosa PCC. (…) Por lei, os detentos podem ficar sob o RDD por, no máximo, um ano, prorrogável por mais outro. Para conseguir essa prorrogação, o MP (ou a polícia) tem de provar que o detento continua cometendo crimes como, por exemplo, incitar a subversão no sistema carcerário. (…)
Uma cilada armada pela polícia em fevereiro mostrou a extensão do poder do bandido. Colocado em um camburão juntamente com o detento Julio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, Marcola teve gravada uma conversa assustadora. No diálogo, ele rechaçava a sugestão do comparsa de promover novos ataques do PCC em São Paulo, por receio de que a população se voltasse contra a facção, e ordenava, no lugar, o assassinato de agentes penitenciários. Menos de uma semana depois da conversa entre Marcola e Julinho Carambola, no dia 7 de fevereiro, três homens foram presos em Anhumas, cidade vizinha a Presidente Bernardes. Com um deles, a polícia encontrou uma lista com nome, endereço e telefone de vinte agentes penitenciários do oeste paulista, região de prisões ocupadas por líderes do PCC. Metade dos nomes listados era de funcionários do presídio de Presidente Bernardes. Coincidência? Não é o que parece. De fevereiro a abril, três funcionários do sistema prisional de São Paulo foram assassinados, incluindo uma mulher. (…)
A fita da conversa entre Marcola e seu comparsa foi apresentada a um juiz de Presidente Prudente juntamente com o pedido de prorrogação da estada do líder do PCC na prisão de Presidente Bernardes. Contrariando as expectativas dos promotores e da equipe da SAP, o juiz negou o pedido do MP.
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