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Reinaldo Azevedo

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VEJA 1 – República Sindical I – O lado escuro da Força

A VEJA desta semana faz uma radiografia das lambanças da Força Sindical, cujo comandante máximo, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), está enrolado com a Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. O que nasceu como uma investigação de uma rede de prostituição de luxo e tráfico de mulheres foi estourar no BNDES. O caso […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 5 jun 2024, 21h00 - Publicado em 17 Maio 2008, 07h23

A VEJA desta semana faz uma radiografia das lambanças da Força Sindical, cujo comandante máximo, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), está enrolado com a Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. O que nasceu como uma investigação de uma rede de prostituição de luxo e tráfico de mulheres foi estourar no BNDES. O caso também chama a atenção para o Ministério do Trabalho, hoje inteiramente aparelhado pela Força e pelo PDT, partido que, a cada dia, se distingue menos da central e de seus métodos muito pouco ortodoxos.

A reportagem de Diego Escosteguy, com a colaboração de Otávio Cabral e Ricardo Brito, lembra as origens da Força Sindical, que nasceu com a ajuda do então presidente Fernando Collor e farto financiamento do empresariado. Era o tal “sindicalismo de resultados” — de impressionantes resultados, diga-se, a julgar pela boa vida dos dirigentes. Atraído para o poder pelo “pragmatismo” do lulo-petismo, Paulinho levou de presente o Ministério do Trabalho. E de porteira fechada.

“[Luiz Antônio de] Medeiros, o pai da Força e mentor de Paulinho, virou secretário de Relações do Trabalho. É o responsável por fiscalizar e conceder registros sindicais, uma atividade que já rendeu muitas denúncias em Brasília. Luiz Fernando Emediato, o consultor da Força e ocasional arrecadador de campanhas, tornou-se presidente do Codefat. Ezequiel Nascimento, sindicalista do PDT, foi nomeado secretário de Políticas Públicas de Emprego. Comanda um orçamento de 19 bilhões de reais.”

Até aí, vocês poderiam dizer, “assim fazem todos”: chamam os amigos. Mais ou menos. Seguir a trajetória de Emediato, por exemplo, é coisa das mais interessantes. Amigão de João Pedro de Moura, o lobista preso pela PF, ele deveria zelar pela verba bilionária do FAT: R$ 9,5 bilhões. Ocorre que ele continua consultor da Força Sindical.

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Leiam este trecho da reportagem: “correspondências mostram que, à frente do Codefat, Emediato se comporta como tarefeiro da Força Sindical, valendo-se da posição para proteger e beneficiar a central. Em fevereiro, a Força foi notificada pelo Tribunal de Contas da União a devolver cerca de 59 milhões de reais, dinheiro do FAT que deveria ter sido investido na qualificação de trabalhadores – mas que sumiu nas contas do IPEC, um instituto ligado à central e comandado pelo lobista João Moura. Ao saber da decisão, Emediato, em vez de se portar como presidente do Codefat, agiu como dirigente da Força: pediu à advogada Sandra Lage, funcionária do ministério, que ajudasse na defesa da central.”

O que vai acima dá uma idéia pálida da “força da Força” e de seus métodos. A reportagem traz passagens muito eloqüentes. Vejam lá. Esse é o ambiente que criou as precondições para o escândalo do BNDES, de que se fala abaixo.Assinante lê mais aqui

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