Fotos Niels Andreas/AE e Reprodução
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
Benjamin e Lula, em 1980, quando foi fichado: o “menino do MEP” seria João Batista dos Santos
A um mês da estréia de Lula, o Filho do Brasil, surge um depoimento que contrasta fortemente com o filme de contornos hagiográficos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira passada, o jornal Folha de S.Paulo publicou um artigo que deixou de olhos arregalados todos os que o leram. Intitulado “Os filhos do Brasil”, o texto é assinado por César Benjamin, um dos mais célebres militantes da esquerda brasileira.
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[Lula] passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos trinta dias em que ficara detido. Chamava-o de ‘menino do MEP’
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Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. VEJA ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin. Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou a VEJA: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”. Aqui