Os estudantes da UnB (Universidade de Brasília) decidiram ampliar o protesto contra a permanência do reitor Timothy Mulholland no cargo e ocuparam na tarde desta segunda-feira todo o prédio da reitoria da instituição. No momento da invasão, alunos entraram em confronto com seguranças da universidade. Houve tumulto e troca de socos entre os manifestantes e seguranças.
A UnB cortou o fornecimento de água e energia do prédio. A medida foi tomada por recomendação da Polícia Federal. A universidade vai se manifestar ainda hoje sobre a ocupação.
Segundo o coordenador-geral do DCE (Diretório Central de Estudantes), Fábio Félix, a manifestação conta com a participação de cerca de 1.300 estudantes. No início da ocupação, na quinta-feira, eram cerca de 200.
Félix explicou que a invasão de todo o prédio da reitoria ocorreu depois que os estudantes decidiram, em assembléia, manter o protesto, apesar de a juíza federal substituta Cristiane Pederzolli, da 17ª Vara do Distrito Federal, ter concedido a reintegração da posse do edifício.
Segundo Félix, o DCE vai ajuizar um recurso contra a decisão de reintegração de posse concedida pela Justiça.
A Polícia Federal informou, por meio de sua assessoria, que vai cumprir a reintegração de posse mas está buscando uma forma negociada e pacifica.
No início da tarde, a assessoria da UnB informou que o reitor Timothy Mulholland não irá renunciar, pois não há motivos para ele deixar o cargo.
Voltei
Quanta coisa a comentar, não? “Negociação” para que as pessoas obedeçam ordem judicial é o cassetete democrático. Na Universidade de Brasília, na USP ou nas fazendas Brasil afora assombradas pelo MST. Ainda que o reitor da UnB seja o tal Timothy Mulholland, uma figura tornada bisonha, certamente o caminho escolhido para o protesto não é aceitável.
Se a PF entrar e descer o sarrafo nos invasores, vocês verão, tudo parecerá mera questão administrativa. A propósito: os parlamentares petistas não vão lá para se solidarizar com a moçada? Não vai ter feijoada comunitária? Ninguém vai cantar o repertório de resistência da MPB? Sinto falta de Laura Capriglione tentando mapear a ideologia dos novos bárbaros.
Acho, sim, saudável que os estudantes estejam querendo a saída do tal Timothy — e isso sem nem saber “quem é quem” naquele DCE. Mas não pode ser na base da porrada.