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Secretariado de Alckmin: Ferreira fica, e isso é bom; Paulo Renato anuncia que sai, e isso é ruim

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu manter no cargo o secretário de Segurança Pública e o de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto e Lourival Gomes, respectivamente. Acompanho pouco a segunda pasta e com mais interesse a primeira. Ferreira Pinto exibe números robustos em sua área. São Paulo tem hoje a menor taxa […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h20 - Publicado em 16 dez 2010, 22h50
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  • O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu manter no cargo o secretário de Segurança Pública e o de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto e Lourival Gomes, respectivamente. Acompanho pouco a segunda pasta e com mais interesse a primeira. Ferreira Pinto exibe números robustos em sua área. São Paulo tem hoje a menor taxa de homicídios do Brasil: 9 por 100 mil habitantes; no país, é 26; no Rio, 36. Se a taxa nacional de homicídios fosse igual à do estado, em vez de 50 mil assassinatos por ano, haveria 17.100! Seriam poupadas 32.900 vidas.

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    Alguns bananas atribuem esse número ao tal Estatuto do Desarmamento. Restaria explicar por que ele fez efeito em São Paulo, mas não no Nordeste, por exemplo. A taxa cresceu na maioria dos estados. Na Bahia, o salto é escandaloso. “Triste Bahia! Oh quão dessemelhante/ Estás, e estou do nosso antigo estado! (…)” Não é Caetano Veloso, não! É Gregório de Matos comentando, em pleno século 17, o governo Jaques Wagner, juro!

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    Ferreira Pinto também é muito duro na repressão aos crimes cometidos pelas próprias forças policiais — e, ainda assim, eles acontecem. Fato é que não se tem em São Paulo uma polícia que precisa ser vigiada por um destacamento especial, como o Bope vigia a polícia regular no Rio, por exemplo. E torço para que Sérgio Cabral não sugira a legalização controlada dos crime fardado, em nome do “fim da hipocrisia”… Sigamos.

    Se Alckmin acertou na Segurança Pública, acho que houve um curto-circuito desnecessário, por maus motivos, na Educação. Paulo Renato anunciou hoje que não ficaria ainda que fosse convidado — e ele não foi. Se havia a expectativa da permanência, certo é que outras pessoas foram sondadas. O que se especula é que o futuro governador gostaria de um nome que tivesse uma relação menos crispada com os professores. Se for isso mesmo, trata-se de um mau passo — na verdade, de um péssimo passo.

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    Como indagou Tétis, nos Lusíadas, quando o Gigante Adamastor começou a se engraçar com ela, todo grandalhão, “qual será o amor bastante de ninfa, que sustente o dum Gigante?” É a variante classicista, leitor, daquela piada do elefante e da formiguinha, hehe. Pois bem. Qual será a obra bastante de um secretário da educação que contente a Apeoesp, um braço extremista do PT, e a presidenta (!) do sindicato, a ínclita Bebel? Só o mais desbragado corporativismo, com a eliminação de qualquer programa voltado para o mérito e a qualificação dos professores, satisfaria o corporativismo da turma  — que, não obstante, continuará a fazer greves.

    A exacerbação do “movimento” se deu no governo Serra porque ele era um possível candidato a presidente da República, e a Apeoesp estava fazendo campanha eleitoral negativa e antecipada, razão por que foi multada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Alckmin será candidato à Presidência? Huuummm… Por que não? Se for, Bebel radicaliza; se não for, aí nós vamos ver. A pauta da Apeoesp é conhecida: quer o fim de todos os programas que resultaram numa elevação do desempenho dos estudantes paulistas no exame do Fundeb, por exemplo.

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    Paulo Renato teria todas as condições técnicas para continuar — e pode ser que alguém tão competente quanto o substitua, não sei. Não é isso que me incomoda nessa história, não. O que é muito ruim é a suposição de que sua saída representa um flerte com um sindicato que deve explicações à Justiça e que promove a queima de livros em praça pública. Uma Secretaria da Educação  em paz com o sindicato não é sinônimo de uma educação comprometida com os alunos. Aliás, costuma ser justamente o contrário.

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