Reitor da Unesp: com invasão, não tem conversa
O reitor da Unesp também divulgou nesta terça-feira uma nota em que repudia as invasões, deixando claro que não negociará mais sob pressão. Eis aí. Esse é o tom que os dirigentes das três universidades públicas paulistas deveriam ter adotado desde o começo: À Comunidade Unespiana, Desde o início da atual gestão, em janeiro de […]
À Comunidade Unespiana,
Desde o início da atual gestão, em janeiro de 2005, a Reitoria tem participado sistematicamente de reuniões nas Unidades, ampliando o diálogo e a discussão sobre as prioridades e os rumos da Universidade.
Devido à nossa convicção de que a vontade institucional emana dos seus Colegiados Superiores, estimulamos a participação estudantil nesses Órgãos. Infelizmente, essa participação está esvaziada por falta de entendimento entre os próprios discentes, que, dessa forma, deixam de discutir e de participar de importantes decisões acadêmicas e administrativas.
Apesar de ainda não ter sido regulamentado o direito de greve para o serviço público, que é previsto pela Constituição Federal, reconhecemos sua legitimidade e o respeitamos como recurso de negociação.
No entanto, sobre as recentes invasões e ocupações de dependências da Universidade, a lei é clara e não nos faculta deixar de tomar medidas cabíveis diante do risco ao patrimônio público e de constrangimentos físicos e morais, que implicam não só a renúncia ao diálogo e ao uso da razão, mas também o desrespeito ao próprio estado de Direito, tão arduamente conquistado pela mobilização conseqüente de vários setores da sociedade brasileira.
Desse modo, não discutiremos reivindicações sob coação por meio de recursos violentos, não deixaremos de apurar responsabilidades, nem hesitaremos em recorrer à Justiça para restabelecer o respeito à civilidade, ao diálogo e à razão.
Marcos Macari
Reitor