Por Eduardo Gonçalves, na VEJA.com:
Após a liberação do reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em São Paulo pelo Tribunal de Justiça do Estado, o Diretório Estadual do PSDB e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciaram nesta quarta-feira que vão recorrer da decisão que determina o aumento imediato do imposto em até 35% para estabelecimentos comerciais e em até 20% para imóveis residenciais.
Em dezembro do ano passado, o partido e a associação haviam conseguido uma liminar no TJ suspendendo os efeitos da lei proposta pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e aprovada na Câmara Municipal. Na época, a prefeitura apresentou recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a liminar, mas as duas cortes mantiveram o veto à cobrança. Hoje, no entanto, o órgão especial do TJ resolveu liberar o aumento por 17 votos a 6.
Em nota, o PSDB de São Paulo citou o baixo crescimento da economia brasileira para classificar o reajuste como “abusivo” e “acima da capacidade contributiva do paulistano”. “O aumento do IPTU, da forma como foi proposto pelo prefeito Fernando Haddad, atingirá duramente e coletivamente aos paulistanos, uma vez que incidirá em cascata sobre os preços e os custos da cidade. Ainda mais neste momento em que a economia do país patina com inflação em alta e crescimento pífio e há ameaça diária de aumento ou reativação de impostos pelo governo federal”, informou.
O diretório tucano fez duras críticas ao que chamou de “incapacidade gerencial dos administradores petistas”, de incharem a máquina pública e “entregarem a conta para o cidadão”. A nota é assinada pelo presidente do Diretório Estadual do PSDB, Duarte Nogueira, e pelo líder da bancada do partido na Câmara Municipal, Floriano Pesaro — os dois foram eleitos para a Câmara dos Deputados nas eleições deste ano.
A Fiesp também mencionou a crise na economia do país e afirmou que os paulistanos não têm condições de arcarem com a elevação do tributo. “O aumento do IPTU viola os princípios da razoabilidade e da moralidade por ser superior ao crescimento da economia”, informou a associação. “Não vamos aceitar aumento de impostos por parte dos governos municipais, estadual e federal”, encerrou, em nota, Paulo Skaf, presidente da Fiesp e candidato derrotado ao governo de São Paulo neste ano.