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Reinaldo Azevedo

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Por que Dilma deve aplicar a ontologia da Rosa, de Gertrude Stein, para ser mais tolerante com a divergência. Ou: Não chame as Forças Armadas contra a Economist, Soberana!

A presidente Dilma Rousseff precisa aprender que a opinião de uma revista é a opinião de uma revista é a opinião de uma revista. A presidente Dilma Rousseff precisa aprender a aplicar a ontologia da rosa, de Gertrude Stein, aos debates que se travam na imprensa internacional sobre a economia dos países, ora. A The […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h15 - Publicado em 7 dez 2012, 20h25
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  • A presidente Dilma Rousseff precisa aprender que a opinião de uma revista é a opinião de uma revista é a opinião de uma revista. A presidente Dilma Rousseff precisa aprender a aplicar a ontologia da rosa, de Gertrude Stein, aos debates que se travam na imprensa internacional sobre a economia dos países, ora.

    A The Economist, com efeito, classificou o crescimento brasileiro de “moribundo”, sustenta que Guido Mantega perdeu a parada para a realidade e sugere sua demissão. Diz ainda que a presidente Dilma está se metendo demais na economia e que isso tem sido contraproducente.

    A revista britânica já deu conselhos aos governantes do Reino Unido, a Barack Obama, a dirigentes africanos… A Economist, a exemplo do jornalismo do mundo inteiro, é assim: analisa, opina, debate… Ora acerta, ora erra. Sua reputação certamente se deve ao fato de mais acertar do que errar. Mas já cometeu das suas… É velha o bastante para ter dito que não havia como os carros tomarem o lugar dos cavalos. Também se perguntou, certa feita, quem seria estúpido o bastante para passar muito tempo diante daquilo a que chamavam “televisão”… Pois é.

    O bom de erros assim é que eles são, na verdade, irrelevantes. Já os erros dos governos podem significar a boa ou a má sorte de milhões de pessoas. Eis um bom motivo para que a imprensa sugira coisas ao governo, mas não o governo à imprensa. Fui muito sutil?

    Dilma, vocês lerão na reportagem de Laryssa Borges e Tai Nalon, da VEJA.com, ficou furiosa com a Economist e resolveu evocar fundamentos da soberania nacional… Menos, presidente, menos! Se Vossa Excelência me permite uma opinião, isso é arrogância de pequenos. Por qualquer bobagem, vão longo botando a tropa na rua. Trata-se apenas da análise de… uma revista!

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    O que deve preocupar a presidente, aí sim, é o fato de que ela sabe que a Economist toca em problemas importantes da economia, para os quais não há resposta. O crescimento brasileiro será pífio neste ano (1,5%, por aí) e não dá sinais de que seja um portento no ano que vem. O estoque de medidas do governo parece esgotado – e sem dar os resultados esperados. O consumo como motor do crescimento parece ter batido no teto. A forte intervenção do estado na economia, em várias frentes, também está longe de produzir números vistosos.

    Aí, então, é preciso mudar de rumo e de prosa. E a Economist não vê, a exemplo da esmagadora maioria dos brasileiros que lidam com o assunto, como pode ser Mantega a propor uma saída.

    Espero que Dilma não chame as Forças Armadas. A revista não quer sabotar o Brasil, não, viu, excelência!? Quanto ao pito que a presidente dá na economia da Zona do Euro (algo como: “Os europeus que olhem para a própria cauda”…), não custa lembrar que o Reino Unido não pertence à… Zona do Euro!

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    Ademais, foi uma revista que criticou a condução da política econômica brasileira, não a comunidade europeia inteira. Ou o que devo fazer? Descer para brigar com o dono de um mercadinho aqui do bairro, que é espanhol? “E tem mais: o seu país tem um desemprego muito maior do que o meu…”. É preciso ter senso de proporção e de ridículo. Segue reportagem da VEJA.com.
    *
    A presidente da República, Dilma Rousseff, rapidamente saiu em defesa do seu governo um dia após reportagem da revista britânica The Economist pedir a exoneração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, devido ao frustrante resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre – que mostrou um crescimento de apenas 0,6%

    Depois da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, a presidente disse que não aceitará ser influenciada pela imprensa internacional, em uma referência direta ao artigo publicado pela revista nesta quinta-feira. A The Economist também sugeriu que ela indicasse uma nova equipe econômica “capaz de recuperar a confiança dos empresários”.

     No contra-ataque, Dilma afirmou que a situação econômica da zona do euro e dos Estados Unidos é muito pior que a brasileira e que, nem por isso, existe pressão para queda das cúpulas financeiras dos países desenvolvidos. “Vocês não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo amor de Deus, (é pior) desde 2008. Nenhum banco, como o Lehman Brothers, quebrou aqui. Nós não temos crise de dívida soberana, nossa relação dívida-PIB é de 35%, nossa inflação está sob controle. Temos 378 bilhões de dólares de reserva”, esbravejou.

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    Irritação
    A presidente, mostrando clara irritação, ainda alfinetou a publicação dizendo que “em hipótese alguma o governo brasileiro, eleito pelo voto direito e secreto do povo brasileiro, vai ser influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira”, afirmou.

    Mais cedo, ao lado de presidentes sul-americanos, Dilma havia defendido a integração de países do continente, incluindo membros associados do Mercosul, como forma de enfrentar as turbulências internacionais. “Há razões de sobra para que estejamos preocupados com a situação econômica mundial em um quadro de menor crescimento e de recessão. Devemos nos precaver contra essas condições”, afirmou na ocasião.

    Em reportagem intitulada “Quebra de confiança: Se quer mesmo um segundo mandato, Dilma Rousseff tem de mudar a equipe econômica”, publicada na edição desta semana, a revista britânica pede a demissão do ministro da Fazenda. “Ela insiste que é tão pragmática. Se é mesmo, deveria demitir Mantega, cujas previsões exageradamente otimistas implicaram a perda de confiança dos investidores”, diz a publicação. A Economist classificou a economia brasileira de “moribunda” e atribuiu a Mantega sucessivos fracassos econômicos no ano. “Dilma deve designar uma nova equipe econômica capaz de conquistar a confiança do mercado”, disse a publicação.

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