Às vezes se tem a impressão de que os idiotas são mesmo maioria nas redes, o que não é impossível em razão da lógica elementar, não é mesmo? Os cretinóides agora deram para espalhar que os pobrezinhos foram tirados do Pinheirinho para devolver a área a Naji Nahas… Tenham paciência.
O equívoco tem origem. Ontem, a EBC, a empresa dirigida por Nelson Breve, teve o desplante de dar voz a um sujeito identificado como presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São José — na verdade, é advogado de uma associação de invasores —, segundo quem a operação havia resultado em vários mortos. O nome do rapaz é Aristeu César Pinto Neto. Afirmou: “O proprietário é um notório devedor de impostos, notório especulador, proibido de atuar nas bolsas de valores de 40 países. Só aqui ele é tratado tão bem”.
É o fim da picada! O terreno não pertence mais a Naji Nahas, mas à massa falida da Selecta, e entra, portanto, na composição do patrimônio que será usado para saldar as dívidas da empresa, inclusive as trabalhistas. Quem tem a posse da área não é Nahas. A propósito: quem teria mais direito ao patrimônio que já foi de Nahas? Os que vão chegando e vão ficando ou aqueles a quem ele deve?
Neojornalismo
É que o “neojornalismo companheiro”, convertido em mero “outro-ladismo”, agora é assim: “Fulano diz que houve mortos; Beltrano nega”, como se haver mortos ou não fosse uma questão de opinião. “Fulano diz que o terreno vai voltar para Nahas; Beltrano nega”, como se também isso fosse questão de opinião. “Fulano diz que a Polícia Militar era obrigada a executar a reintegração de posse; Beltrano nega”, como se fosse questão de opinião.
“Jornalistas”, no Brasil — e, acreditem, deste modo estúpido só está acontecendo por aqui — agora se tornaram meros repetidores do diz-que-diz-que das redes sociais. Haver ou não mortos numa operação se iguala a saber, afinal, quem era a Luíza que estava no Canadá…
Estamos diante de uma perda de norte. Até anteontem, o procedimento correto e óbvio, antes de dar curso ao boato, era este: “Precisamos verificar se isso aconteceu mesmo ou não”. Os imbecis influentes mudaram o procedimento: “Vamos noticiar que estão dizendo isso; se não aconteceu, aí a gente desmente”. Foi o que fizeram o Terra e o UOL. Deram curso à mentira do Aristeu e escreveram depois: “Polícia nega que haja mortos”. Mas houve ou não houve?
Os grandes veículos estão sem norte, mas não os fascistóides contratados por um partido político para espalhar a mentira: exercem um trabalho orientado e remunerado.