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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Ou 50 anos a menos de idade ou 50 a mais de reflexão!

“É só isso, ou a VEJA tem mais alguma coisa?”“Se a VEJA não tiver mais nada, o Renan se safa”.“Será que a VEJA vem com uma nova pancada?” Como diria Cícero, que não tinha lá muita paciência com tiranetes e dissolutos, “O tempora! O mores!” Oh tempos! Oh costumes! Então acharam pouco o que a […]

Por Reinaldo Azevedo 30 Maio 2007, 07h59 • Atualizado em 31 jul 2020, 22h25
  • “É só isso, ou a VEJA tem mais alguma coisa?”
    “Se a VEJA não tiver mais nada, o Renan se safa”.
    “Será que a VEJA vem com uma nova pancada?”

    Como diria Cícero, que não tinha lá muita paciência com tiranetes e dissolutos, “O tempora! O mores!” Oh tempos! Oh costumes! Então acharam pouco o que a revista publicou? Nem é tão estranho que alguns pares de Renan Calheiros (PMDB-AL) fizessem ontem uma (ou todas) das indagações acima. Afinal, estes, entre o rabo preso e o cálculo, sempre podem tirar da algibeira a presunção de inocência, mesmo depois daquele espetáculo deprimente patrocinado pelo presidente do Senado. Estranho, ou nem tanto, é que setores do jornalismo se fizessem as mesmas perguntas, como se houvesse uma corrida entre Renan e a VEJA, e lhes coubesse assistir à disputa.

    Aliás, já faz algum tempo que uma parcela da imprensa acredita que lhe é lícito ficar na arquibancada vendo o que considera ser uma partida entre a revista e o governo — e ela torce, claro, para o governo! Essa oposição é falsa, mas é confortável para os preguiçosos, os rendidos e os interesseiros. Houve mesmo quem, supondo que senilidade seja categoria de pensamento, resolveu, vejam só!, preservar Renan e atacar a VEJA!

    Dizer o quê? Talvez estas palavras: “Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Exa. passam diante de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e pequeninas coisas que saem dele, confesso, não me merecem nem admiração nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho desgosta-me tanto como a gravidade numa criança. V.Exa. precisa menos cinqüenta anos de idade, ou então mais cinqüenta de reflexão. É por estes motivos todos que lamento do fundo da alma não me poder confessar, como desejava, de V.Exa. nem admirador nem respeitador”.

    Era o jovem poeta português Antero de Quental (1842-1891) passando uma descompostura no também poeta Antônio Feliciano de Castilho (1800-1875). Aquele estava seduzido pela poesia realista; este outro era um monumento da literatura portuguesa, apegado à estética romântica. Embora Castilho fosse cego, pretendia-se uma espécie de observatório da literatura portuguesa e juiz dos vivos e dos mortos. E mereceu, então, de Quental aquelas palavras um tanto azedas, mas brilhantes. Afinal, quem está impedido de ter 50 anos a menos de idade, que ao menos busque 50 a mais de reflexão.

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    O cretinismo conspiratório é tal, que se chegou a afirmar, em tom de acusação, que a revista antecipara a sua edição em um dia para sair na frente com uma denúncia que seria apressada. Apressada? O que sabem os “espadachins da reputação alheia” (Balzac) dos esforços que resultaram na matéria de capa? Desde o começo da semana, todos tínhamos sido avisados de que a VEJA seria concluída com um dia de antecedência por razões puramente industriais. Um anúncio da Nokia unia a chamada VEJONA à VEJINHA, como sabem os leitores. Isso demandou um planejamento especial. A capa era outra. Policarpo Jr. concluiu a sua reportagem na quinta-feira. Redonda, como se diz em jargão jornalístico, amparada nas certezas necessárias, foi parar na capa. O resto é rancor, ressentimento, obra de desocupados, cegueira — no caso, ideológica.

    Mais coisas sobre Renan? Não sei se a VEJA tem ou não. Se soubesse, é claro que não diria. Mas esperam o quê? Não creio que ele tenha chutado a santa. Volto ao meu Cícero. Lamentemos os tempos e os costumes em que tudo o que se soube até agora ainda é considerado pouco. Tudo, reitero, o que diz respeito à sua condição de homem público — os tristes sucessos de sua vida privada, estes, ele se encarregou de lançar em praça pública, o que a VEJA não fez em nenhum momento.

    Também este escândalo segue o ritual de outros. Se notarem, todos eles são marcados por uma tática dos flagrados que costumo chamar de “gradação”. Anteontem, Renan dizia ter todas as provas do pagamento feito à jornalista Mônica Veloso, mãe de sua filha. Ontem, já não eram mais todas, mas apenas algumas. Não custa lembrar que, no caso do mensalão, o PT negava peremptoriamente que tivesse havido qualquer irregularidade; depois, passou a admitir algum problema de contabilidade; em seguida, justificou-se com os tais “recursos não contabilizados” de Delúbio. E, hoje em dia, voltou à negativa inicial.

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    Ah, sem dúvida, seus pares são bem generosos com ele. Por enquanto, só Jefferson Peres (PDT-AM) e Pedro Simon (PMDB-RS) sugeriram que se afaste para se defender, o que ele não aceita. Os demais estão na fase do voto de confiança. Tasso Jereissati (CE), presidente do PSDB, chegou a dizer o seguinte: “A leitura é que, de fato, só temos contra o Renan, no caso específico da Mendes Júnior, a palavra do advogado que não é muito renomado. Então, entre a palavra dele e a de Renan, agora a palavra do Renan vale mais.” Assim NÃO é ainda que assim lhe pareça.

    Há, por exemplo, a fala de Cláudio Gontijo, o funcionário da Mendes Júnior, que confirmou à VEJA os pagamentos. Tasso pode pensar que Gontijo também não é “muito renomado”, mas Renan acha que é. Ao menos no seu coração. Em seu depoimento, disse que ele é seu amigo há mais de 20 anos e, segundo deu pra entender, era um dublê de lobista e alcoviteiro. A propósito, senador Tasso: quando é que alguém é “renomado” o bastante para contestar o presidente do Senado?

    O Conselho de Ética começa a analisar o caso hoje. Renan dispõe de recursos jurídicos, não é?, para acionar aqueles que lhe complicam a vida, como o amigão do peito Gontijo e Mônica Veloso, a mãe de sua filha. A coisa não precisa ficar só na base da palavra contra palavra. Só não vale fazer como o deputado Antônio Palocci (PT-SP), acusado por Rogério Buratti de receber mensalão de uma empreiteira de Ribeirão Preto antes de ser ministro. E durante também. Sem nuca ter sido processado. Ou talvez valha. Palocci está aí, uma verdadeira referência — para alguns, ao menos.

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    Essa VEJA… Sempre exagerando!

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