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Reinaldo Azevedo

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Operador do petrolão recebeu R$ 550 mil da Odebrecht enquanto estava preso

Valores foram repassados ao lobista Fernando Baiano por intermédio de seu irmão, Gustavo, enquanto ele estava detido em Curitiba entre 2014 e 2015

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h31 - Publicado em 13 jun 2016, 15h15
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  • Na VEJA.com:

    Um dos operadores de propina no esquema de corrupção da Petrobras, o lobista Fernando Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, admitiu à Polícia Federal que a Odebrecht pagou a ele 550.000 reais entre 2014 e 2015, enquanto ele estava preso na Lava Jato. Baiano passou quase um ano detido em Curitiba (PR) e deixou a prisão após fechar acordo de delação premiada. Ex-aliado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele foi protagonista de um repasse de 5 milhões de dólares ao parlamentar, em 2011, que seria fruto do esquema na Petrobras.

    No último dia 2, o lobista prestou novo depoimento à PF e foi questionado sobre as entregas de dinheiro em espécie feitas no endereço de sua empresa, Hawk Eyes, aos cuidados de seu irmão, Gustavo. Os valores teriam sido repassados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, um departamento especializado em lidar com negócios escusos, segundo as investigações.

    O nome de Gustavo foi identificado em uma planilha secreta de propina apreendida na casa da secretária de altos executivos da Odebrecht, Maria Lúcia Guimarães Tavares, suspeita de ser responsável por parte da distribuição da “rede de acarajés”, referência ao pagamento de propina.

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    O lobista explicou que, em 2009, foi procurado pelos ex-gerentes da Petrobras Cezar Tavares e Luiz Carlos Moreira para que indicasse uma empresa interessada no projeto de uma refinaria em Angola. Ele teria indicado a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, empresas que já atuavam no país africano. Segundo Baiano, como a escolha foi pela Odebrecht, ele procurou o então diretor da empreiteira Rogério Araújo, preso na Lava Jato no ano passado, para falar, segundo ele, sobre outras obras e aproximar as duas partes.

    Em seu relato, Baiano afirma ter participado de duas reuniões com Tavares e a Odebrecht e depois de ter procurado a construtora em 2012, com o intuito de receber pela consultoria prestada. Ambos não chegaram a um acordo sobre valores até 2014, quando o lobista foi preso e, segundo ele, a Odebrecht se recusou a “pagar alguém que estava preso”. Ainda de acordo com o relato dado à PF, esse teria sido o motivo de a construtora ter “pago por fora” ao seu irmão, Gustavo.

    Tavares e Moreira não foram localizados para falar sobre o assunto. A Odebrecht não quis se manifestar.

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