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Operação Satiagraha: os incríveis documentos da Itália

Por Claudio Julio Tognolli, no site Consultor Jurídico,em reportagem intitulada “Demarco é suspeito de atuar junto com Protógenes”. * A Justiça Federal paulista decide, nesta segunda-feira (25/5), se aceita a denúncia contra o delegado Protógenes Queiroz. O policial federal, hoje afastado de suas funções, é acusado, com provas a granel, de ter infringido as regras […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h35 - Publicado em 25 Maio 2009, 18h51

Por Claudio Julio Tognolli, no site Consultor Jurídico,em reportagem intitulada “Demarco é suspeito de atuar junto com Protógenes”.
*
A Justiça Federal paulista decide, nesta segunda-feira (25/5), se aceita a denúncia contra o delegado Protógenes Queiroz. O policial federal, hoje afastado de suas funções, é acusado, com provas a granel, de ter infringido as regras básicas da investigação policial.

Mas é possível que o delegado tenha contado com um coadjuvante de peso no capítulo da cruzada para tirar de circulação o banqueiro Daniel Dantas. Um novo nome surgiu quando se foi verificar com quem Protógenes trocou telefonemas durante os preparativos da operação que ele batizou como “Satiagraha”: o empresário Luís Roberto Demarco.

O empresário tornou-se conhecido como idealizador das “lojinhas virtuais” do PT, um esquema de arrecadação partidária à prova de auditorias e que alavancou a vitória de Lula em 2002. Mas seu talento vai além disso. Na sua disputa com o bilionário Daniel Dantas, ele fez funcionar em seu favor as engrenagens do Ministério Público, da Câmara dos Deputados, do PT, de setores do Palácio do Planalto e da imprensa.

A descoberta de que os telefones de Demarco e Protógenes são íntimos, junto com os indícios de que o empresário usava também o telefone da empresa do blogueiro Paulo Henrique Amorim para sua comunicação com o delegado, associa-se a outro registro peculiar. Já em 2004, quando o delegado que perseguia Dantas era outro, na operação apelidada “Chacal”, o empresário agia com desenvoltura. Ele deu conselhos ao delegado Elzio Vicente da Silva sobre como conduzir a investigação e recomendou os crimes para enquadrar Dantas como “formação de quadrilha, concorrência desleal, ameaça, tentativa de sequestro, corrupção ativa e passiva, difamação, injúria, calúnia, etc.”.

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Os documentos que apontam para Demarco como o sujeito oculto de ações do poder público acabaram de chegar da Itália. São contundentes. Mais de 470 mil páginas produzidas pela Procuradoria de Milão. Referem-se à investigação sobre o destino dos pagamentos feitos no Brasil para expandir o mercado da Telecom Italia, sem a contrapartida esperada. Dantas era o principal adversário dos italianos. Demarco foi contratado para “serviços de inteligência” e tráfico de influência, conforme se lê no longo inquérito a respeito.

Demarco e seu advogado Marcelo Elias são citados em 39 dos cerca de 200 arquivos do processo. Os nomes dos dois aparecem, em média, por 30 vezes a cada consulta dessas 39 pastas processuais — que em italiano se chamam “faldones”. Os dois brasileiros aparecem contextualizados numa investigação que apura “triangulações”, “desvios de verba e de função” e “pagamentos em dobro”, feitos no âmbito da Telecom Itália.
(…)
Uso da imprensa
Demarco utiliza-se de uma prática recorrente para justificar investidas. Consegue que algum jornalista amigo publique uma informação que ele próprio produziu. Em posse da notícia, ele parte para o ataque. Outro hábito era o de mandar em cópia oculta para seus contratantes na Itália, os emails que trocava com jornalistas brasileiros. Constrangedores. Veja um exemplo, de 21 de dezembro de 2004, da mensagem endereçada aos delegados federais Élzio Vicente da Silva e Coca.

Há um Demarco que se propõe violento. Num documento timbrado, do Departamento de Administração Penitenciária, datado de 18 de dezembro de 2006, o preso Emanuele Cipriani, envolvido no escândalo dos desvios da Telecom Itália relata ao Tribunal de Milão que Demarco, ao saber que não receberia os US$ 250 mil pelas espionagens, teria dito ao espião Marco Bernardini que aquela era a última vez que ele tentava resolver esse problema de uma forma cordial e que dali passaria a adotar iniciativas menos pacíficas.
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