Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

O PSDB de São Paulo e a estratégia

Aí me escreve um leitor, certamente admirador de Geraldo Alckmin, o que segue. Volto depois: Caro Reinaldo,O PSDB tem que buscar renovação. Admiro muito FHC, mas acho que ele está defendendo a sua geração no partido, à qual Serra pertence. Ele mesmo se refere a isto quando fala que conhece Serra há mais de 40 […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h59 - Publicado em 14 jan 2008, 04h51
Aí me escreve um leitor, certamente admirador de Geraldo Alckmin, o que segue. Volto depois:

Caro Reinaldo,O PSDB tem que buscar renovação. Admiro muito FHC, mas acho que ele está defendendo a sua geração no partido, à qual Serra pertence. Ele mesmo se refere a isto quando fala que conhece Serra há mais de 40 anos.Que garantia Geraldo tem que ele será o candidato a Governador em 2010? Kassab surgirá como um nome natural se for reeleito. Serra está pensando na possibilidade de ser candidato à reeleição em São Paulo, se a Presidência não der certo. Neste caso, lhe cabe impedir uma candidatura a Governador do DEM, seja com Kassab ou com o próprio Afif Domingos, que teve boa votação para Senador e pode surpreender.Que garantia o Serra tem de que será o candidato a Presidência pelo PSDB aos 68 anos de idade, com um mandato de oito anos (contando com a reeleição) pela frente?Geraldo não impôs candidatura. Se Serra insistisse na disputa poderia ter ido até a convenção do partido se quisesse. Alckmin se posicionou para impedir que Serra jogasse o Governo de São Paulo depois de 12 anos de ajuste nas mãos do PT e fabricasse um presidenciável para 2010, por conta de uma aventura de enfrentar um Presidente popular numa reeleição.Não se deve trocar o certo pelo duvidoso e o PSDB não pode prescindir da Prefeitura de São Paulo. Se Marta ganhar, o PT já tem uma presidenciável que hoje lhe falta.VolteiPois é. Assim seria se assim tivesse sido. Mas não foi. Se a “estratégia” Alckmin tivesse sido seguida em 2006, o atual governador de São Paulo seria Aloizio Mercadante, do PT. O partido estaria com o primeiro e com o segundo orçamentos da República. Uma festa. Basta consultar o noticiário do período. O pensador Alckmin queria que José Serra permanecesse na Prefeitura de São Paulo. Não só ele como os mesmos que hoje defendem a ruptura com o DEM para lançá-lo candidato à Prefeitura. É assim que se planeja no longo prazo?

“Ah, mas quem garante que Serra será o candidato tucano à Presidência?” É, de fato, o PSDB pode decidir, de novo, desprezar quem tem maios do que o dobro dos votos para ficar com quem tem menos da metade, como fez com Alckmin em 2006. Os resultados são conhecidos: ele conseguiu, de forma inédita — nunca antes nestepaiz!!! —, ter menos votos no segundo turno do que no primeiro.

Quebrar a aliança com o DEM em São Paulo ou submeter o partido aliado a uma espécie de humilhação é uma estupidez ímpar. Foi assim que o PT começou a ganhar a eleição. Em 2000 e 2001. Em 2002, a sorte já estava selada. Estão querendo repetir a dose. Se é para ficar em hipóteses, vamos lá:
– quem garante que Alckmin vence Marta? E se perder? Tentará o governo do Estado como prêmio por sua derrota?;
– na hipótese de vencer, não terá condições políticas de disputar o governo. Quem será o candidato tucano? Quem tem votos pra isso?
– estão achando que, assim, sem um nome natural à sucessão de Serra, obrigarão o atual governador a disputar a reeleição?

Que é que há? Alckmin não ouviu rigorosamente ninguém em 2006 e fez tudo como quis, inclusive na campanha, que esteve errada o tempo todo. Fico à vontade para falar porque, felizmente, este blog tem arquivo disponível. Basta consultar o que escrevi então. Será candidato à Prefeitura se quiser. Mas também será ao governo do Estado em 2010 se assim decidir. E com mais chances de vencer nesse caso do que no outro. Nas duas hipóteses, terá Marta Suplicy pela frente.

Continua após a publicidade

Essa minha opinião — tanto sobre a eleição de 2006 como sobre a de 2008 — é antiga. No primeiro caso, data do período, inclusive, em que a Nossa Caixa era um dos anunciantes da revista Primeira Leitura. Como a canalha petralha não tem compromisso com a verdade, inventou a bobagem de que o governo do Estado financiou a revista, o que foi clara e definitivamente desmentido pela agência de publicidade que cuidava da conta. Há mais: quer dizer, então, que Alckmin me financiava para eu dizer, como disse em 40 (!!!) textos, que estão em arquivo, que Serra era o melhor candidato à Presidência em 2006??? Como esses vagabundos só tocam bandolim se lhes jogarem moedas no chapéu roto, acham que os outros agem do mesmo modo. Não creio que Alckmin tenha dado dinheiro irregular a quem quer que seja. Com absoluta certeza, se fosse dar a alguém, não seria a mim. As nossas divergências são fundas e antigas.

Alckmin foi ontem a uma missa em homenagem a São Benedito (não confundir com São Bento) e reafirmou a disposição de se candidatar, dizendo, vejam só, que não quer romper a aliança com o DEM. É mesmo? E como isso seria feito? Está errado de novo, como esteve ao longo de 2005 e de 2006. Se investir no racha entre DEM e PSDB, estará fazendo, queira ou não, o jogo do PT. Já o fez quando defendeu que Serra permanecesse na Prefeitura. Quem entende do riscado — como FHC — já percebeu qual é a melhor saída estratégica. Convém ouvir: FHC já venceu Lula duas vezes. Quem foi derrotado pelo petista deveria ter a humildade, ao menos, de aprender com o vencedor.

“E se Alckmin se guardar para o governo de São Paulo e Kassab não se eleger?” Pode acontecer. Nessa hipótese, melhor perder a Prefeitura do que o governo de São Paulo em 2010. Mas, se querem saber, acho que o atual prefeito tem todas as condições de se reeleger.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.