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Número único – Ainda que vigorasse no céu, eu seria contra

Voltemos à história do número único. Muitos leitores dão exemplos de países democráticos em que vigoraria o sistema. Será a mesma coisa? Realmente, não pesquisei. Tanto que os convidei a enviar comentários e tal. Bem, ainda que ele vigorasse no céu. Continuo a ser contra. Alguns países citados, em sendo mesmo como dizem, não me […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h38 - Publicado em 16 out 2009, 16h21
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  • Voltemos à história do número único.

    Muitos leitores dão exemplos de países democráticos em que vigoraria o sistema. Será a mesma coisa? Realmente, não pesquisei. Tanto que os convidei a enviar comentários e tal. Bem, ainda que ele vigorasse no céu. Continuo a ser contra. Alguns países citados, em sendo mesmo como dizem, não me servem de grandes exemplos de liberdades individuais e privacidade. Muitos discordam. É do jogo.

    Sei que é inútil protestar. Não ligo. Não é a minha única causa “vencida”. Se o protesto “útil” é só aquele que pode resultar em alguma mudança efetiva, então o melhor é ficar mesmo escondido debaixo da cama. Uma sociedade em que os indivíduos só se mobilizam em favor ou contra questões “úteis” está perigosamente perto da ditadura — se é que não está nela. Quem decide a “utilidade”? Geralmente, os governos.

    Uma das graças da democracia está em podermos ser “inúteis” mesmo, em debater acaloradamente assuntos irrelevantes. Quase sempre é um sinal de que não existe um estado enchendo o nosso saco. Mobilização social em nome de “questões úteis” é um mau sinal. As democracias de verdade são pouco “mobilizadas” em nome de valores coletivos; já os vários fascismos são socialmente assanhados. É por isso que aquelas, coitadinhas, volta e meia, são assaltadas por estes outros.

    Bem, que reste o mais importante: sou contra número único; acho autoritário e invasivo. Se Jesus Cristo se manifestasse dizendo que estou errado, teríamos um bom debate à luz da sarça ardente.

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    PS: “Ah, mas a aprovação da proposta se deu em 1997, no governo FHC; só faltava regulamentar…” E daí? Esse critério é importante para Lula, não para mim. É ele que sempre indaga o que foi feito no governo FHC para então decidir. Invariavelmente, ele faz a mesma coisa, mas sustentando que fez o contrário. Ele é “FHC-dependente”; eu não sou.

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