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Reinaldo Azevedo

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Nossa Caixa, BB e amor por estatais

Leitores estão me cobrando uma opinião sobre a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. Há muito petralha disfarçado de liberal me cobrando: “E aí? Porque é o Serra, você não vai protestar contra o gigantismo do estado?” E há, de fato, quem esteja lamentando a inexistência de leilão. Como diria o velho […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h33 - Publicado em 21 nov 2008, 15h52
Leitores estão me cobrando uma opinião sobre a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. Há muito petralha disfarçado de liberal me cobrando: “E aí? Porque é o Serra, você não vai protestar contra o gigantismo do estado?” E há, de fato, quem esteja lamentando a inexistência de leilão. Como diria o velho masquês, vamos botar ordem na orgia.

Para Serra e para o estado de São Paulo, foi um excelente negócio. O governador terá mais disponibilidade de caixa, para, diz ele, investir em infra-estrutura e na área social. A imprensa que acompanhe para saber se será assim mesmo. No que respeita ao estado, pergunto: por que ele precisa ter banco? Eu sou contra até que a União seja dona de um com características comerciais. Trato disso mais adiante.

E a questão do leilão ou não? Olhem, eu preferiria a Nossa Caixa em mãos privadas – vou pedir a privatização do Banco do Brasil até o fim deste texto… Mas vamos parar com conversa mole. A privatização, em sentido estrito, da Nossa Caixa não sairia da intenção por várias razões, duas das quais:
a) não seria aprovada pela Assembléia Legislativa;
b) daria origem a um verdadeira indústria de liminares:
Resumo da ópera: não aconteceria no governo Serra e em governo nenhum.

Como disse um jovem poeta, muito jovem mesmo, muitos que se dizem liberais, às vezes, “perdem a vida por delicadeza”. Porque pretendem que se faça o ideal, muitas vezes, ignoram que se fez o melhor possível. Adiante.

A cascata de que um leilão poderia pagar o dobro pela Nossa Caixa é puro chute.Até porque, depois que a Justiça determinou que os depósitos judiciais deveriam ficar em banco público – e esse era um dos maiores ativos da Nossa Caixa -, o banco deixou de ser tão atraente para o setor privado. Vale dizer: no processo de venda, os tais depósitos são um ativo para o BB (mas que se note: seriam dele de qualquer maneira), mas são irrelevante para os demais bancos.

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Agora vamos ao Banco do Brasil. Eu vejo com bons olhos o gigantismo do banco e sua determinação de se voltar a ser o maior banco comercial do país? É evidente que não. Quanto maior o estado, maiores as chances de manipulação política e de corrupção na vida pública. Aí diz outro: “Serra quer ser presidente e também ele quer um Banco do Brasil gigante”. Bem, que pretenda ser presidente, parece ser uma aspiração legítima – ou não é? Que conte com um BB gigante, aí não sei. Se essa´é sua intenção, na Presidência ou não, a minha praia é outra. Afinal, das duas uma: ou o BB opera segundo critérios de mercado – e, portanto, não precisa ser do estado -, ou passa a ser instrumento de pirotecnias, e, aí, quem paga a conta é você.

Ademais, gostem ou não este político ou aquele de estatais – e do Banco do Brasil em particular -, ele jamais será privatizado. Por incrível que pareça, a média dos brasileiros acha bacana esse negócio de estatal. Sentem, sei lá, uma espécie de orgulho cretino. E não sabem o quanto isso lhes custa. Democracia, às vezes, é uma coisa chata. Mas não se inventou nem se vai inventar nada melhor. Também nesse caso, cumpre não perder a vida por delicadeza.

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