MERCOSUL CAPENGA 3 – Proposta é recebida com reservas por empresários
Por Marcelo Rehder e Paula Pacheco, no Estadão:A proposta do governo de financiar a importação de produtos argentinos, numa tentativa de abrandar o protecionismo adotado pelo país vizinho, foi recebida com reservas por empresários de setores afetados pelas restrições impostas ao produto brasileiro. Para Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), […]
A proposta do governo de financiar a importação de produtos argentinos, numa tentativa de abrandar o protecionismo adotado pelo país vizinho, foi recebida com reservas por empresários de setores afetados pelas restrições impostas ao produto brasileiro. Para Milton Cardoso, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), antes de fechar algum acordo com o parceiro do Mercosul, o governo precisa exigir contrapartidas da Argentina.
“Se o governo puder ajudá-los com financiamento, que é uma coisa escassa hoje em dia, no mínimo isso deveria ser condicionada a um afrouxamento das restrições (impostas pelos argentinos) e a um compromisso de que essas restrições não levem, como têm levado, a um desvio de comércio para outros países, principalmente asiáticos”, afirmou Cardoso.
O presidente da Abicalçados argumentou que, para reduzir as tensões com a Argentina, há quatro anos a entidade estabeleceu acordo com um volume anual de exportação de até 18 milhões de pares de calçados brasileiros. O acordo tinha implícito uma defesa contra o desvio de comércio. Previa que as importações argentinas deveriam ser compostas por 75% de calçados brasileiros e 25% de outras origens. “Hoje, já estamos quase no meio a meio”, reclamou.