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Reinaldo Azevedo

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Medidas do BC para conter crédito: a coisa termina mal, começa mal ou os dois?

Leiam o que informa Eduardo Cucolo, na Folha Online: BC anuncia medidas para segurar crédito e tira R$ 61 bi da economia O Banco Central anunciou uma série de medidas para reduzir o ritmo de aumento do crédito e intensificar o processo de desaceleração da economia, a fim de evitar o aumento da inflação. Haverá […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h27 - Publicado em 3 dez 2010, 17h11

Leiam o que informa Eduardo Cucolo, na Folha Online:

BC anuncia medidas para segurar crédito e tira R$ 61 bi da economia

O Banco Central anunciou uma série de medidas para reduzir o ritmo de aumento do crédito e intensificar o processo de desaceleração da economia, a fim de evitar o aumento da inflação. Haverá aumento do compulsório (dinheiro dos bancos que fica depositado no BC), para retirar R$ 61 bilhões da economia, restrição para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas e retirada da ajuda do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para bancos de menor porte. O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e as taxas de juros cobradas. A medida adotada neste momento pelo governo foi tomada para tentar conter a inflação.

O objetivo, de acordo com o presidente do BC, Henrique Meirelles, é restabelecer as condições do mercado de crédito no período pré-crise de 2008 e evitar a formação de bolhas. Meirelles lembrou que, em março, um mês antes do início do último ciclo de aumento taxa básica de juros, o BC também havia anunciado medidas semelhantes para conter a expansão do crédito. A afirmação aumenta as expectativas de que o BC voltará a aumentar a taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano, na reunião da próxima semana ou em janeiro.

MEDIDAS
Além do aumento do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo, as emissões de Letras Financeiras ficarão isentas de recolhimento compulsório (depósitos a prazo). “Essa medida reduz a liquidez do mercado e inibe a formação de bolhas e a assunção de riscos que podem ser negativos para a saúde da economia no futuro. Elimina também o restante das medidas de liquidez introduzidas durante a crise”, disse Meirelles.

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Em relação ao crédito para pessoas físicas, os bancos terão de possuir uma reserva maior de capital para conceder empréstimos nas linhas: consignado (acima de 36 meses), veículos (acima de 24 meses, dependendo do valor da garantia) e outros financiamentos acima de 24 meses. Financiamentos imobiliários, crédito rural e compra de veículos de carga (ônibus e caminhões) não serão atingidos pela medida.

“Operações com prazos muito longos e valor de garantia insuficiente passam a ser penalizadas com alocação maior de capital por parte das instituições financeiras”, disse Meirelles. Segundo ele, a tendência atual de alongamento de prazos pode levar a situações em que o bem dado em garantia já tenha perdido seu valor no final do financiamento.

INFLAÇÃO
Meirelles destacou que essa medida também tem implicações macroeconômicas, “com impacto no mercado de crédito e também via preços”. Ele afirmou que essas ações “macro-prudenciais” não substituem a política de regulação da taxa básica de juros, mas devem ser usadas de forma complementar pelo BC. “É prudente não dissociar essas ações das de política monetária. São complementares e usadas em situações diferentes. Em março de 2010, o BC também elevou as alíquotas de compulsório e, em abril, adotou medidas de política monetária com o aumento da taxa Selic”, disse o presidente do BC.

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CARTEIRAS DE CRÉDITO
Em relação a carteiras de crédito, o governo vai manter o incentivo para bancos grandes comprarem ativos de instituições menores. A medida acabaria no próximo dia 31, mas foi estendida até junho de 2011. O governo também anunciou o cronograma de retirada do mecanismo que permitiu a bancos emitir títulos que tinham garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Começa em janeiro de 2012 e termina em janeiro de 2016.

Comento
Falei há pouco com quem entende do riscado. A coisa termina mal ou começa mal no que diz respeito à política monetária? Provavelmente, os dois. Em primeiro lugar, há que se destacar o lado eleitoreiro da questão: passado um mês da eleição, o BC descobre o que já se sabia: era preciso conter a folia do crédito. As medidas vêm com atraso. Mas, insiste esse meu interlocutor, se não são inúteis, não chegam a ser suficientes e deixam entrever , como mal adicional, a suspeita de nova condução politiqueira da política monetária.

Por que anunciar esse “pacote” dias antes da próxima reunião do Copom? Se há coisa que hoje une católicos, ortodoxos, protestantes e ateus é a necessidade de elevar a taxa de juros. A decisão está sendo interpretada como uma postergação do inevitável. Antecipam-se essas medidas para que a próxima rodada do Copom deixe tudo como está para ver como é que fica.  Segundo esse observador, a medida poderia ser tomada no âmbito do próprio comitê, como ação complementar à elevação da taxa de juros. Há uma inversão na ordem das coisas.

Não se quer aumentar o juro, embora a necessidade exista, no último Copom do governo Lula? Então é sinal de que termina mal. Não se quer elevar o juro naquele que já seria o primeiro Copom do governo Dilma? Então a coisa começa mal. Um ou outro? Provavelmente, ambos.

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