Mais um pouco sobre os “democratas” da esquerda e a mídia
Leitores me mandaram questões interessantes depois que leram o post sobre o jornalista Luiz Carlos Azenha e a sua consideração, como se fosse um dado da realidade, de que a emissora que Chávez decidiu expropriar é “golpista”. Eu resumiria assim a perplexidade: “Como pode alguém que sempre trabalhou para a iniciativa privada escrever essas coisas?” […]
Um esquerdista considera ser um dever que a emissora, revista ou jornal do patrão capitalista — um porco reacionário, como sabemos — mantenham em seus quadros o que eles chamam de “diversidade de opiniões”, de “pluralidade”, de “apreço pela diferença”. Espertos, são capazes de usar dos nossos próprios princípios (sabem? aqueles “liberais”, “direitistas”?) para defender o que chamam de o seu “direito à divergência”. Sei como é: eles vivem aqui no meu blog reivindicando o “direito” de me xingar, por exemplo. E ainda dizem: “Se você fosse um democrata como diz, publicaria…”
Mas e com eles? Bem, eles não têm os nossos preconceitos. Entendam: eles reivindicam o direito à divergência em nome dos NOSSOS princípios, não dos DELES. Eles não. Quando chegam ao poder, impõem a voz única. Procurem nas emissoras que eles chamam “públicas” onde é que está a voz do que eles dizem ser, por exemplo, a “direita”. Inexiste. Ora, “público”, evidentemente, quer dizer “de esquerda”, “progressista”, e ambas as coisas são sinônimas do bem, do belo e do justo.
Não custa lembrar que o blog de Azenha está na origem da teoria fantasiosa de que o delegado que desvendou a falcatrua do dossiê era um agente tucano. Ele deu a largada, e alguns amigos seus fizeram o resto, culminando com a afirmação estúpida, flagrantemente mentirosa, de que a Globo subestimou o acidente da Gol em benefício da foto da dinheirama encontrada com petistas. Foi uma das maiores farsas que a esquerda já montou no jornalismo.
Ah se a Globo tivesse tomado alguma providência!!! Estaria provado que ela é mesmo facinorosa, calando a voz de um jornalista “independente” como Azenha. Independente, mas que não liga de aparecer ao lado de Hugo Chávez, chamando uma emissora que o ditador decidiu expropriar de “golpista”. Independente, claro, mas “de direita”… não! Isso jamais! Coisa mais feia!
Por isso, leitor, sempre que você vir alguém defendendo uma emissora pública ou uma emissora estatal, tanto faz, pergunte quanto está lhe custando para que os companheiros continuem a velar por nossos interesses, que eles, claro, representam tão bem, tendo uma espécie de delegação não exatamente divina, mas concedida pela história da redenção dos oprimidos. Aquela mesma que deu à luz democratas como Stálin, Mao Tse-Tung e Pol Pot. Já os direitistas, como vocês sabem, são uma gente horrível. Só lhes resta tolerar a diversidade.