Lula pede a Lacerda que demita os responsáveis pela escuta ilegal. Então tá!
Por João Domingos e Tânia Monteiro, no Estadão:Na tentativa de acabar com a grave crise institucional provocada por grampos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu enquadrar a agência. Ele determinou ao diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, […]
Na tentativa de acabar com a grave crise institucional provocada por grampos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu enquadrar a agência. Ele determinou ao diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, que demita sumariamente os responsáveis pela escuta ilegal.
A decisão será comunicada hoje por Lula a Gilmar Mendes, ao vice-presidente do STF, Cezar Peluso, e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, durante reunião marcada para as 9h, no Palácio do Planalto.
A reunião foi exigida por Mendes num telefonema ao presidente da República, no sábado à noite, por causa da revelação, pela revista Veja, de que a Abin gravou pelo menos uma conversa do presidente do Supremo, tendo do outro lado do telefone o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Por causa da crise, Mendes cancelou uma viagem oficial que faria à Coréia do Sul (ele deveria deixar Brasília hoje à noite). Além disso, convocou reunião extraordinária da corte para as 16h de hoje. Nela, pretende que os 11 ministros do Supremo decidam o que fazer em relação aos grampos ilegais.
Para o presidente do STF, é preciso haver reação contra o que ele chama de ?Estado policial paralelo?. Ele considera que hoje há um descontrole no aparato estatal.
O ministro-chefe da Segurança Institucional, general Jorge Felix, à qual a Abin é subordinada, disse ao Estado que já conversou com o presidente Lula sobre as providências a serem tomadas. “Conversei com o presidente e pedi ao procurador-geral da República (Antonio Fernando de Souza) que, da parte do Ministério Público, investigue o que está havendo”, disse o general.