Fiquei um tanto apreensivo nesta quarta. Uma amiga enviou-me um SMS informando que o Apedeuta havia se manifestado sobre o Corinthians. Lula é um seca-pimenteira, um sugador da sorte alheia. Todas as vezes em que encostou no Corinthians, na Seleção ou em atletas olímpicos, sobreveio a catástrofe. Fiquei com um receio danado! Mas os movimentos iniciais em campo, mesmo com um primeiro tempo fraco, me pareceram seguros. No segundo, o time fez tudo certo.
Aplaudo Émerson, é evidente! Tite também, por motivos óbvios. Mas o esteio desse time é Leandro Castan, lá da boa terra de Jaú, cidade que fica no que costumo chamar de “A Grande Dois Córregos”. É bem verdade que nós temos só 24 mil habitantes, e Jaú, 131 mil, mas sabem cumé… O “corgo” que passa pela minha aldeia é mais bonito… E são dois “corgos”… Adiante. A propósito: Dois Córregos é uma cidade majoritariamente palmeirense. Saí corintiano radical. Sempre fui do contra.
Castan foi vendido para o Roma por 5,5 milhões de euros. Dada a sua importância no time, é uma merreca. A chance de desarticular o que o Corinthians realmente tem de muito bom — a defesa! — é gigantesca. Como substituí-lo, com igual eficiência, por esse valor? Por que não sonhar com o Japão? O Chelsea está longe de ser um bicho de sete cabeças. Uma má notícia num dia glorioso para o Timão.
Confesso que fiquei surpreso com o clima na cidade. As ruas realmente ficaram vazias. Só vi coisa igual em dia de jogo de Copa do Mundo — e, se querem saber, em dia de final, quando o Brasil está na disputa do título. O Corinthians é uma paixão — contra ou a favor — mais intensa do que se noticia habitualmente na imprensa. Rojões, gritos e buzinaços vararam a noite. E eu aqui, firme no meu livro! O que a gente não faz por amor?!
Um dado chamou a minha atenção e a de muita gente: o Corinthians desperta na imprensa esportiva uma estranha, como posso chamar?, “compulsão para a isenção”. O que quero dizer com isso? Outros clubes brasileiros já chegaram à final da Libertadores e ao Mundial interclubes, a exemplo do Santos no ano passado. Posso estar sendo vítima de uma memória seletiva e interessada, mas acho que não: realmente não me lembro de a imprensa ter dado tanto destaque aos “secadores”, àqueles que torcem contra o time que está na disputa. Os anticorintianos das mais variadas torcidas mereceram uma dedicada atenção.
Huuummm… Pensando bem, isso não deixa de ser uma forma de agrado, deferência e lisonja. Da forma como as coisas foram apresentadas, fica parecendo que a primeira clivagem é mesmo esta: ou se é corintiano ou se é anticorintiano; depois os “anti” se dividem. Tudo bem! O conjunto engrandeceu a festa e a importância do título.
Louco — e rouco — por ti, Corinthians!