Por Daniel Haidar, na VEJA.com:
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba (PR), autorizou nesta sexta-feira que o diretor da Engevix Gerson Almada antecipe o depoimento que terá de prestar à Justiça como réu em processo por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção. O pedido da defesa de Almada foi feito com a justificativa de dar uma “contribuição relevante” para a ação penal. O site de VEJA apurou que a intenção é reconhecer o pagamento de propina em troca de contratos na Petrobras e demonstrar uma forma de colaboração com a Justiça.
O executivo também solicitou a mudança de testemunhas de defesa e informou que os novos depoentes podem viajar a Curitiba para serem ouvidos. A mudança dispensa videoconferências e agiliza o processo. No despacho, Moro considerou “louvável” a atitude dos advogados de Almada.
Disputa
Também nesta sexta-feira, o juiz autorizou que o doleiro Alberto Youssef preste novo depoimento na ação penal em que é acusado de lavar dinheiro em operações de comércio exterior em laboratórios de fachada. O pedido de um novo interrogatório foi feito sob a justificativa de que, quando foi interrogado no processo, ele ainda não tinha sido beneficiado com a homologação de um acordo de delação premiada, pelo qual ajudou nas investigações em troca de punição mais branda.
Mas, na verdade, o doleiro deve usar a oportunidade para fazer acusações criminais contra o doleiro Leonardo Meirelles, outro réu no processo. Youssef quer retaliar o antigo comparsa, porque Meirelles disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que Youssef escondeu bens da Justiça ao firmar o acordo de delação com o Ministério Público Federal. A defesa de Youssef acusa Meirelles de mentir e já sugeriu que ele seja preso por tentativa de tumultuar o processo.