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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Haddad, o Jânio Quadros com sotaque de esquerda, e a Controlar. Ou: Que se danem os paulistanos e a segurança jurídica! O Supercoxinha quer é causar!

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aquele rapaz que agora anda de ônibus e que, sovieticamente, pensa em impor a seus subordinados de confiança que façam o mesmo — para demonstrar seu amor ao povo —, fez da campanha contra a empresa Controlar, que realiza a inspeção veicular, um dos motes da campanha […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 05h10 - Publicado em 16 out 2013, 18h07

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aquele rapaz que agora anda de ônibus e que, sovieticamente, pensa em impor a seus subordinados de confiança que façam o mesmo — para demonstrar seu amor ao povo —, fez da campanha contra a empresa Controlar, que realiza a inspeção veicular, um dos motes da campanha eleitoral. Transformou a taxa numa espécie de assalto ao bolso do contribuinte, o que é piada. Em nenhum momento, a questão foi tratada como matéria de saúde pública.

Haddad pretende ser uma reedição de Jânio Quadros sem caspa nos ombros. Investe num populismo janota, chique, para elites supostamente ilustradas. Decidiu, sem atentar seja para a questão jurídica, seja para a questão ambiental, romper o contrato com a Controlar. A prevalecer a sua vontade, até que não se escolha a nova empresa para fazer o trabalho, a inspeção está suspensa na cidade. Curiosamente, a turma da bicicleta não reagiu. A consequência óbvia da decisão do prefeito é mais poluição nas ruas. Simples assim.

Ricardo Teixeira, o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, faz uma avaliação especiosa do caso, demonstrando que ele e a lógica, como água e óleo, não se misturam. Segundo diz, informa texto publicado na VEJA.com, os benefícios da inspeção não estão comprovados porque “São Paulo não é uma ilha”, e a poluição veicular das cidades vizinhas a atingem. Entendi o raciocínio do bruto: por que diminuir a emissão na capital se outros não fazem o mesmo? Segundo o seu raciocínio, a poluição a menos decorrente do serviço não deve ser encarada como um benefício.

Trata-se de populismo irresponsável. Isso na melhor das hipóteses. A hipótese pior precisará ser testada quando Haddad conseguir escolher ele próprio a empresa. Vamos ver qual. Até o promotor Ismael Lutti, que moveu ação civil pública contra a Controlar, criticou a decisão da Prefeitura: “O que se extrai disso tudo é uma total irresponsabilidade do poder público municipal, que desde a campanha vem falando sobre rescindir o contrato”. Ou por outra: se Haddad via motivos legais para rescindir o contrato, que tomasse, então, as devidas providências para não paralisar o serviço.

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Especialistas são unânimes em afirmar os benefícios da inspeção. Há medições objetivas que indicam queda substancial na emissão de poluentes. Mas Haddad, aquele que sai por aí demonizando os automóveis, sabe que a suspensão da inspeção pode lhe render a fama de severo: o povão nem sabe do que se trata, e boa parte dos que têm carro fica satisfeita em não pagar a taxa nem ser importunada com questões dessa natureza.

A Justiça concedeu uma liminar suspendendo a decisão. Enquanto vigorar, a Controlar continua a fazer a inspeção. Vamos ver qual vai ser a decisão definitiva. Havendo ainda segurança jurídica no país, o contrato será mantido até expirar, em 31 de janeiro de 2014. É até provável que o prefeito conte com isso. Poderá dizer que tentou cumprir uma promessa de campanha, mas que a Justiça não deixou. Se bem-sucedido, a tal promessa estará sendo cumprida à custa da saúde dos moradores de São Paulo. Mas quem se importa?

O Jânio Quadros com sotaque de esquerda quer é “causar”, como diz a meninada, e, para tanto, não mede consequências.

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