Excesso de falta de informação
Pode estar havendo, e espero que esse temor seja infundado, um excesso de entusiasmo com o movimento “por democracia” nas ditaduras árabes. Vimos ontem uma manifestação gigantesca no Iêmen, que é um verdadeiro celeiro de terroristas da Al Qaeda — talvez o principal fornecedor de mão-de-obra obra para o jihadismo. O governo do Iêmen é […]
Pode estar havendo, e espero que esse temor seja infundado, um excesso de entusiasmo com o movimento “por democracia” nas ditaduras árabes. Vimos ontem uma manifestação gigantesca no Iêmen, que é um verdadeiro celeiro de terroristas da Al Qaeda — talvez o principal fornecedor de mão-de-obra obra para o jihadismo. O governo do Iêmen é aliado do Ocidente na luta contra o terror.
Algumas sutilezas perigosas começam a compor a paisagem analítica. Aqui e ali se fala que Israel passa a ter motivos adicionais de preocupação, como se esse país nada tivesse a temer senão a democracia nos países árabes. É isso mesmo? Com mais democracia, Israel corre mais perigo? Ela seria aliada do terrorismo que quer jogar os judeus ao mar? Que democracia seria essa? Será que todos esses movimentos têm uma mesma raiz e são alimentados por forças semelhantes?
Pensemos um pouco no Egito. Não há democracia possível, por exemplo, sob as “leis” da Irmandade Muçulmana. Digamos que o mui civilizado Mohamed Elbaradei comandasse um governo de transição. Seria em parceria com ela? Acho que há, fazendo alguma graça, um excesso de falta de informação.