Escritórios dividem espaço com “milagreiros” terceirizados
Na Folha: Personagens dos bastidores e dos grandes e pequenos negócios de Brasília, os lobistas integram uma comunidade formada por escritórios profissionais, diretores de grandes empresas, dirigentes de entidades e os chamados “milagreiros”. Essa última categoria é aquela dos que prometem resolver qualquer negócio, trabalham como terceirizados e geralmente cobram taxa de sucesso, uma porcentagem […]
Na Folha:
Personagens dos bastidores e dos grandes e pequenos negócios de Brasília, os lobistas integram uma comunidade formada por escritórios profissionais, diretores de grandes empresas, dirigentes de entidades e os chamados “milagreiros”.
Essa última categoria é aquela dos que prometem resolver qualquer negócio, trabalham como terceirizados e geralmente cobram taxa de sucesso, uma porcentagem sobre o valor obtido na transação.
Incomodados com a associação do termo lobby ao tráfico de influência e à corrupção, os lobistas profissionais não gostam de serem confundidos com os “milagreiros”. Estes são mais visados pela Polícia Federal e costumam assumir responsabilidades quando flagrados, isentando seus clientes.
As estruturas classificadas de profissionais e que admitem abertamente fazer lobby são os escritórios de assessoria e consultoria. Os mais conhecidos são a Patri e a Umbelino Lôbo. Os dois contam com equipes de consultores que circulam pelo Executivo, Congresso e Judiciário monitorando os trabalhos dos três Poderes.
A Patri tem cerca de 55 funcionários e a Umbelino Lôbo, 24. Trabalham para empresas e entidades por meio de contratos de prestação de serviços, fornecendo banco de dados e definindo estratégias de ação para atingir os objetivos desejados, o que inclui agendamento de reuniões com autoridades.
Enquanto a Patri e a Umbelino Lôbo admitem que fazem lobby, com a ressalva de que não trabalham com taxa de sucesso nem negociam diretamente em nome de seus clientes, a maior parte dos lobistas evita a classificação por considerá-la pejorativa.
As grandes empresas, por sinal, usam duas designações para identificar seus profissionais responsáveis pelos contatos e negociações com o poder público: os diretores de relações governamentais ou de relações institucionais.
Funcionários de tradicionais doadores de campanha, os lobistas ou diretores de relações governamentais de bancos e empreiteiras, por exemplo, reconhecem que têm mais facilidade no acesso a gabinetes do Executivo e são muito demandados por parlamentares. Afinal, muitos têm o poder de influenciar na lista de doação de suas empresas.
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