O empresário Marco Antonio Audi, sócio afastado da VarigLog, disse ontem em depoimento no Senado que se reuniu com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), no Palácio do Planalto, em julho de 2006, pouco antes de a companhia de carga comprar a Varig.
Dilma é acusada pela ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu de interferir na venda da Varig em favor do grupo formado por Audi, outros dois brasileiros e o fundo norte-americano Matlin Patterson.
Audi disse que o encontro até então desconhecido foi intermediado pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, a quem definiu como um homem que “abre portas”, “faz chover” e “consegue seus objetivos” usando sua influência.
Apesar disso, em quase quatro horas de depoimento, Audi negou sete vezes que Dilma e Lula tenham interferido na venda da Varig. “Quero deixar claro que a ministra Dilma e o presidente Lula nunca tiveram nada a ver com isso. Se tiveram, foi através da boca do Roberto Teixeira, que usava o nome deles”, disse Audi.
Há duas semanas, a Folha revelou que Teixeira esteve pelo menos seis vezes com Lula no Planalto desde 2006, em encontros não divulgados. Dilma também reconheceu que se reuniu com o advogado duas vezes, novamente sem registros.
Contratado pela VarigLog, Teixeira já recebeu cerca de US$ 5 milhões da companhia, entre honorários, custas judiciais e outras despesas.