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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Encarando DE FRENTE os petralhas

Tá bom. Eu encho o saco de muita gente com isso e aquilo de gramática, língua portuguesa e tal. É justo que peguem no meu pé quando eu erro (e eu erro também). Ou quando supõem que cometi um erro. Alguns, os amigos, me escrevem: “Reinaldo, há um erro em tal lugar”. Não é incomum […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h27 - Publicado em 19 Maio 2007, 16h40
Tá bom. Eu encho o saco de muita gente com isso e aquilo de gramática, língua portuguesa e tal. É justo que peguem no meu pé quando eu erro (e eu erro também). Ou quando supõem que cometi um erro. Alguns, os amigos, me escrevem: “Reinaldo, há um erro em tal lugar”. Não é incomum que digam: “Corrija logo antes que os petralhas descubram”. Generosos, emendam: “Não precisa publicar este comentário”.

Não é necessariamente uma virtude, mas é um fato: devo ser o jornalista que mais escreve, assim, a quente, no dia-a-dia, textos da própria lavra. Acho até natural que escapem erros. Mas não gosto. Fico bravo. Também negocio com a gramática. Não tenho um texto acadêmico. Criar um estilo compreende adotar certas licenças também. Você consegue fazê-lo direito quando tem domínio das regras. É a velha história. No ponto exemplar extremo, quem consegue pintar como Rafael também pinta, se quiser, como Picasso. Quem só consegue pintar como Picasso jamais conseguirá, ainda que queira, pintar como Rafael.

Por que isso? Referindo-se ao post abaixo, os queridos mandaram mensagens para cá: “Reinaldo, você escreveu um ‘encarando de frente’, cuidado…” E os petralhas: “Ignorante! Encarando de frente? E como é encarar de costas?”. Eu dormia. Dona Reinalda ficou um tanto preocupada e decidiu cortar o “de frente”, que já foi devolvido ao seu lugar. Não há rigorosamente nada de errado com ele. Eu poderia estender-me aqui longamente sobre o sentido do verbo “encarar” e o uso de expressões reiterativas. Se escrevo “encarar DE FRENTE um ancestral”, estou buscando aí um jogo de palavras etc. Mas deixarei isso pra lá.

Quando queremos nos referir à língua portuguesa de maneira um tanto douta — alguns o fazem para ser jocosos —, costumamos chamá-la de “inculta e bela”, “esplendor e sepultura”, indo buscar num poema de Olavo Bilac tais qualificações. Pois é com Bilac que eu estava. E agora o ofereço a vocês. Sim, aos MEUS leitores, mantenho o pedido: continuem cuidando do Tio Rei e do NOSSO blog. Aos outros, só resta espiar.

A Mocidade

A mocidade é como a primavera!
A alma, cheia de flores resplandece,
Crê no Bem, ama a vida, sonha e espera,
E a desventura facilmente esquece.

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É a idade da força e da beleza:
Olha o futuro, e inda não tem passado:
E, encarando de frente a Natureza,
Não tem receio do trabalho ousado.

Ama a vigília, aborrecendo o sono;
Tem projetos de glória, ama a Quimera;
E ainda não dá frutos como o outono,
Pois só dá flores como a primavera!

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