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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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EM PRIMEIRA MÃO: A MÚSICA DE LOBÃO PARA A LISTA NEGRA DE JORNALISTAS CRIADA PELO PT. DIVULGUEM!

Manterei este post no alto da homepage durante todo o dia. As atualizações estarão sempre abaixo dele. Vamos lá. O cantor e compositor Lobão, também colunista da VEJA, é um dos nove “malditos” que foram parar na lista negra do PT, assinada por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, divulgada no site oficial da legenda e […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h35 - Publicado em 30 jun 2014, 16h37
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  • Manterei este post no alto da homepage durante todo o dia. As atualizações estarão sempre abaixo dele.

    O cantor, compositor e colunista Lobão: retrato de um tempo numa canção

    O cantor, compositor e colunista Lobão: retrato de um tempo numa canção

    Vamos lá. O cantor e compositor Lobão, também colunista da VEJA, é um dos nove “malditos” que foram parar na lista negra do PT, assinada por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, divulgada no site oficial da legenda e propagada pelos blogs sujos, financiados por estatais. É a verticalização da infâmia, que os fascistoides costumam promover quando chegam ao poder: o estado, o partido e as milícias atuam como ordem unida. Só para lembrar: os outros oito da lista somos eu, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Demétrio Magnoli, Arnaldo Jabor, Guilherme Fiuza, Marcelo Madureira e Danilo Gentilli. Essa é apenas a fornada inicial do nacional-socialismo petista. Se o partido vencer a eleição, certamente a lista será ampliada. A “Repórteres Sem Fronteiras”, a mais importante entidade internacional de defesa da independência jornalística, expressou o seu repúdio. Janio de Freitas, por sua vez, preferiu repudiar a… “Repórteres Sem Fronteiras”. Entenderam?

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    Adiante! Lobão fez uma música retratando, digamos assim, a alma profunda dos “companheiros” e evidenciando o espírito destes tempos. Chama-se “A Marcha dos Infames”. Ouçam e divulguem. Na sequência, publico a letra e um breve comentário a respeito.

     

    [soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/156704191″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]

    A MARCHA DOS INFAMES
    Aqueles que não são
    E que jamais serão
    Abusam do Poder,
    Demência e obsessão.

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    Insistem em atacar
    Com as chagas abertas do rancor,
    E aos incautos fazer crer
    Que seu ódio no peito é amor

    Tanto martírio em vão,
    Estupro da nação,
    Até quando esse sonho ruim,
    esse pesadelo sem fim?

    Apedrejando irmãos
    E os que não são iguais,
    A destruição é a fé,
    E a morte e a vida, banais.

    E um céu sem esperança,
    A Infâmia cobriu,
    Com o manto da ignorância,
    O desastre que nos pariu.

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    E o sangue dos ladrões
    De outros carnavais
    Na veia de vilões,
    tratados como heróis.

    E até quando ouvir
    Cretinos e boçais
    Mentir, mentir, mentir,
    Eternamente mentir?

    Mas o dia chegará
    Em que o chão da Pátria irá tremer,
    E o que não é não mais será
    Em nome do povo, o Poder.

    Retomo
    Adequando o comentário a estes dias, gol de placa de Lobão, na letra e na melodia! Reparem que o autor recorre a uma marcha propriamente, de caráter marcial mesmo, evidenciando o espírito da soldadesca sem uniforme do petismo — afinal, essa gente é uniformizada por dentro, não é mesmo?

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    Na letra — que, é claro!, faz uma denúncia da maior gravidade —, Lobão apela a um tom a um só tempo grandiloquente e meio farsesco, como a evidenciar a truculência cafona e vigarista dos fascistoides de plantão.

    Há dois trechos que chamam particularmente a minha atenção:
    E o sangue dos ladrões
    De outros carnavais
    Na veia de vilões,
    tratados como heróis.
    Na mosca! O poder, hoje, no Brasil mistura o sangue do velho patriomonialismo — que forjou ao menos uns dois séculos de atraso — com o do novo patrimonialismo, que pretende liderar o atraso dos séculos vindouros. E gosto particularmente da última estrofe:
    Mas o dia chegará
    Em que o chão da Pátria irá tremer,
    E O-QUE-NÃO-É não mais será
    Em nome do povo, o Poder.

    Tomei a liberdade de escrever em maiúsculas e usando hífen “O-QUE-NÃO-É”. É preciso que se entendam essas palavras como uma unidade semântica para que se perceba o seu caráter de sujeito do verbo “será”. “O-QUE-NÃO-É” dispensa predicativos; trata-se do falso, do engodo, da trapaça histórica, da vigarice, da mentira em si.

    Divulguem por todos os meios a música de Lobão. Aí está o retrato de uma era. É uma canção de protesto destes tempos. Afinal, os “protestadores” de carteirinha do passado — Chico & Seus Miquinhos Amestrados” — estão calados diante de listas negras. Eles criavam metáforas contra a ditadura militar no passado não porque fossem, por princípio, contra ditaduras e perseguições. Opunham-se àquela ditadura em particular, mas não a outras. E julgavam que o regime não podia perseguir “as pessoas erradas”. Quando persegue “as certas”, tudo bem!

    Não por acaso, nunca se opuseram à ditadura cubana. No fim das contas, foi Cuba que os pariu. A música de Lobão expõe farsantes do presente e do passado.

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