Diogo, Sader e o mau-caratismo
É uma tolice acharem que tenho medo de comentar este ou aquele assunto. Diogo Mainardi foi condenado em primeira instância num processo movido por Mino Carta. Cabe recurso. Como cabe no caso da condenação de Emir Sader. Eu tenho dois pesos e uma medida? Não. O peso é um só. Medida idem. Nem Diogo nem […]
Conheço o caso que envolve Diogo-Carta e conheço o caso Bornhausen-Sader. A Justiça dará seu parecer nas várias instâncias a que for convocada a decidir. Posso lhes garantir que Diogo não acusou aquele que o processa de “racista” ou “assassino”. A pergunta não tem de ser dirigida a mim: “E aí, você apóia a Justiça no caso do Diogo?” Eu sempre apóio a Justiça, mesmo quando não concordo com ela. Quem está tentando mudar uma decisão judicial no grito são os amigos de Sader, transformado-o no São Sebastião da esquerda (um pouco passadito, é verdade)… Mas ouço daqui seus gemidos a cada “lança” que a “direita” lhe crava no abdômen (tecla SAP para metáforas). Eu é que pergunto àqueles que subscreveram o abaixo-assinado em favor de Sader: por que não dão início a um em favor de Diogo? É porque discordam dele? Vocês apóiam a “livre expressão” ou a “livre expressão dos amigos”?
O petismo e assemelhados são mestres em cobrar dos outros aquilo que não fazem; em acusar terceiros de praticar episodicamente o que eles praticam de forma metódica. Eu não devo solidariedade a Mino Carta porque acho que é preciso acatar as instâncias da Justiça, recorrer, ganhar, perder… É da vida. Aqueles que apóiam Sader é que estão moralmente obrigados a assinar um manifesto em favor de Diogo. Mas não vão fazê-lo, não é? Para um petista legítimo, a coerência é uma cruz que só os adversários devem carregar.
Mais do que isso: é certo que aqueles que apóiam Sader, processado por Bornhausen, também apóiam Mino, que processou Diogo. Entenderam? Estão sempre certos, não importa como se conjugue o verbo. Não é que eles se alinhem com a Justiça. Eles apóiam causas. Os juízes fiquem atentos: o PT quer se transformar em tribunal; quer torná-los obsoletos.
Tinha evitado este assunto porque acho chato explicar o óbvio. Mas vá lá.