Dilma foge de protesto: o que é possível e o que não é
A Folha informa que a presidente Dilma Rousseff cancelou um visita que faria hoje à usina termelétrica, movida a carvão, de Candiota 3, no Rio Grande do Sul. A equipe de “inteligência” descobriu que os ambientalistas preparavam um protesto, liderado pelo Greenpeace. Huuummm… Duas coisas. Uma: quando o Greenpeace está de um lado, eu costumo […]
A Folha informa que a presidente Dilma Rousseff cancelou um visita que faria hoje à usina termelétrica, movida a carvão, de Candiota 3, no Rio Grande do Sul. A equipe de “inteligência” descobriu que os ambientalistas preparavam um protesto, liderado pelo Greenpeace. Huuummm… Duas coisas.
Uma: quando o Greenpeace está de um lado, eu costumo estar de outro — nem que seja com Dilma Rousseff. A justificativa bucéfala desse movimento empresarial multinacional é que o carvão é poluente — não me digam! —, e Dilma defendeu energia limpa durante a campanha. Sendo assim, vamos explodir os postos de gasolina do mundo inteiro e cortar o aquecimento dos EUA e da Europa no suave inverno em que vivem por lá…
Outra coisa: O evento demonstra que Dilma, definitivamente, não é Lula. Ele tenderia a não cancelar nada e, uma vez lá, diante das bobagens ditas pelo Greenpeace, diria besteiras de própria lavra, mas com aquela, como dizer para adequar ao tema?, legitimidade telúrico-bronca que a tantos encanta. E os ambientalistas, provavelmente, perderiam o embate. Com Dilma é diferente. Bem ou mal, ela tem curso universitário, né?, o que fragiliza os governantes no Brasil… E tambem não tem aquele ar de “QUEM VIU A COISA DA FLORESTA”, de Marina Silva.
A estrutura do evento, informou a Folha, já estava pronta. Era prevista exibição da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Tinham sido convidadas 2.000 pessoas e diversos prefeitos… Meia-dúzia de “defensores da natureza” espantaram a presidente. Dilma não quer saber de embates públicos. Sua grande competência, por enquanto, está em ser clandestina.