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Cunhado é parente, mas não é sentença

Os petralhas estão inquietos: “Não vai falar nada sobre o cunhado de Alckmin?” Sei lá por quê, na cabeça dessa gente, parece que eu preciso tratar do assunto para que ele passe a existir de fato. Falo, sim, ué. Por que não falaria? O governador tem 11 cunhados. Um deles está enrolado com a questão […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h11 - Publicado em 11 jan 2011, 17h51

Os petralhas estão inquietos: “Não vai falar nada sobre o cunhado de Alckmin?” Sei lá por quê, na cabeça dessa gente, parece que eu preciso tratar do assunto para que ele passe a existir de fato. Falo, sim, ué. Por que não falaria? O governador tem 11 cunhados. Um deles está enrolado com a questão das merendas. Entre os outros 10, talvez existam notáveis moralistas, pessoas dedicadas à benemerência, sei lá eu.

Até agora, noto que não apareceu um só indício, nem o mais remoto, de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tenha qualquer vínculo com o caso, nem lateralmente. Paulo Ribeiro (esse é o nome dele) poderia ter usado em suas atividades o nome do parente ilustre, à revelia deste? Pode até ser. Mas nem isso apareceu até agora. Daí que o “cunhado de Alckmin” dos títulos dos jornais e do jornalismo online mais apele à especulação imotivada do que a um fato propriamente.

Uma das testemunhas mais contundentes contra Ribeiro é João Bosco Nogueira (PMDB), ex-vice-prefeito de Pindamonhangaba. Ele concedeu uma entrevista à Folha desta terça que mereceu o seguinte títuolo: “Ex-vice-prefeito acusa cunhado de Alckmin”. Lá fui eu procurar onde estavam as pegadas do governador tucano no imbróglio. Em vez disso, achei a seguinte seqüência:

Folha – Ribeiro é próximo a Alckmin?
Nogueira –
De jeito nenhum. Eu já vi o Alckmin dando um fora nele, na campanha passada [2008], disse que o Ribeiro estava expondo ele. Eu tenho certeza que o Alckmin não tem relação com isso.

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Pois é… Mentalmente, refiz o título esquentado por outro um tanto mais frio, mas preso ao fato: “Alckmin não tem nada com isso, diz testemunha”.

Petralhas esperneiam
“Ah, mas quando era a Erenice ou o Lulinha, bem que você tentou ligar o filho ao presidente e a então secretária-executiva à ministra!” TENTEI COISA NENHUMA!!! EU LIGUEI MESMO, UÉ! Erenice  era comprovadamente subordinada de Dilma, e sua chefe era a responsável última por seus atos. Se foi traída, como sugeriu, o busílis é outro. O fato é que a ação da mãe de Israel Guerra – e, pois, de Dilma – poderia facilitar ou dificultar a lambança. No caso, Alckmin não tinha e não tem autoridade para regular merenda nem tem como controlar seus 11 cunhados. Quanto a Lulinha, dizer o quê? A empresa que injetou R$ 10 milhões na Gamecorp, a Telemar, dependia de decisões tomadas por seu pai.

Os casos são absolutamente distintos, e não contem comigo para, em nome do “equilibrismo”, do “outro-ladismo” e do “isentismo”, dizer que são iguais. Se e quando a ação do atual governador for identificada, ela será exposta aqui com todas as letras. Enquanto não houver nem mesmo um pálido indício disso, não esperem que eu decrete a igualdades onde não há tentando ganhar dos petralhas a chancela de “isento”.

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Eu não quero que petralhas me considerem “isento”. Se e quando eles acharem isso a meu respeito, então eu terei feito algo de profundamente errado. Os petistas, naturalmente, já fazem escarcéu com a história e vão se mobilizar para tentar arrastar o nome de Alckmin para o imbróglio.

Por enquanto, o que se tem a extrair do caso, no que concerne ao governador, é uma recomendação: se você pretende ser político (a), é melhor casar com filha (o) única (o). Se e quando isso mudar, aí mudo o meu texto.

Tá bom assim, petralhas? Ainda não foi desta vez que aderi ao Partido da Imprensa Petista.

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